Tejedor
Llun?ticos
(Resistencia / Sabotage)
A m?sica folk, sobretudo no norte de Espanha ? um fen?meno de massas. Os gaiteiros e as gaitas de foles continuam na moda. Os festivais crescem como cogumelos. Os grupos que clamam o pan-celtismo e as liga??es trans-atl?nticas com as ilhas brit?nicas multiplicam-se, havendo a possibilidade de se disputar v?rios campeonatos: da superliga, ?s distritais. No meio de tanta parra e pouca uva, o colectivo dos irm?os asturianos Tejedor ? um nome a reter. Devolvem-nos o prazer de escutarmos a folk que parecia encontrar-se numa encruzilhada. Jos? Manuel Tejedor (o gaiteiro de ex?mia t?cnica) poderia seguir os mesmos passos de N??ez e de Hevia, mas n?o o faz. Ainda bem. ? certo que h? neste disco, como tamb?m no primeiro “Tejedores de Sua?os”, leves tenta??es de ceder ao f?cil (s?o inevit?veis os inenarr?veis teclados planantes e os “beats” de dan?a), mas com um certo controle. Se a folk ? um po?o de for?a, mestria t?cnica e emotividade, os irm?os Tejedor t?m tamb?m a sua quota parte de culpa. S?o espantosos os di?logos entre a gaita de foles e o acorde?o diat?nico (de Javier) que, por si s?, j? asseguravam uma memor?vel grava??o. Mas h? mais. Muito mais: a abertura, “Gaites del Infiernu” ? auspiciosa: gaitas, sanfonas, albokas, nickelharpas em chamas, numa resposta a “Bok Espok” de Kepa Junkera; o aroma asturiano feito de ritmos r?pidos, ?geis e escorreitos (t?pico em Llangres e Llan de Cubel), de uma certa aragem escocesa e que p?em a nu toda a beleza ac?stica do bouzouki e das guitarras ac?sticas de Igor Medio (membro dos Felpeyu que, na sombra de Jos? e Javier executa um not?vel trabalho); a calorosa voz de Eve Tejedor interpretando deliciosos romances; e ainda h? tempo para acabar em beleza com um solo de gaita de tr?s minutos (“Floreu de Remis”) de nos tirar o f?lego. Mesmo assim, pouco, para quem provou cerca de vinte minutos da mesma receita em Sendim. (9/10)