Reportagens

13� Interc�ltico do Porto: Sinal Intermitente

GAITEIROS DE LISBOA

A noite foi aziaga para os Gaiteiros de Lisboa. O som n�o era o melhor. E o acerto dos aerofones tamb�m n�o. O factor novidade tamb�m n�o se fez sentir, num espect�culo que n�o acrescentou pouco acresentou �s actua��es da Aula Magna e de Sendim, j� l� vai quase um ano. As percuss�es (mais um momento magn�fico de Jos� Salgueiro secundado por Paulo Charneca) e alguns dos temas de �Invas�es B�rbaras� (como �o Menino Est� na Neve�, �Lhoba�, �N�s Daqui Vos Dali�) foram a espa�os despertando, mais pela t�cnica da for�a, do que pela for�a da t�cnica, o interesse da audi�ncia que enchia a plateia (a tribuna encontrava-se vazia) do Coliseu. No entanto, alturas houve em que os Gaiteiros iam passando completamente ao lado do p�blico, que n�o deu pelo rebentar do �Macar�u� nem pelo chilrear do pardal. Talvez por isso n�o tenha havido �Tr�ngulo M�ngulo� nem t�o pouco �Subir Subir�, no encore. Apesar de este ter sido um concerto desinspirado e, talvez, pouco ensaiado, tal facto n�o mancha o estatuto de melhor e mais audacioso projecto de m�sica de cariz tradicional em Portugal. No entanto, momentos destes n�o ajudam nada quem j� devia, h� muito, ter-se afirmado no circuito de folk / world europeu. Com um pouco mais de consist�ncia que se consegue com mais ensaios, doseando melhor a criatividade e passando para um patamar t�cnico um pouco mais elevado, os Gaiteiros de Lisboa podem tornar-se, finalmente, numa das bandas de ponta da folk europeia. Sofrem um pouco do s�ndroma de alguns g�nios do futebol portugu�s: muito criativos e sedutores mas, por vezes, pouco eficazes.

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