Discos

WATERSON CARTHY + ELIZA CARTHY: A fam�lia inglesa que adoramos e detestamos

Waterson: Carthy
Dark Light
Topic / Megam�sica

Eliza Carthy
Anglicana
Topic / Megam�sica

Clientes habituais das listas de fim de ano referentes aos melhores �lbuns de folk, o cl� Waterson: Carthy assina provavelmente o disco mais inspirado deste colectivo. Um disco que reconcilia os portugueses que assistiram recentemente � arrog�ncia de Martin Carthy no Teatro Cam�es com a real fam�lia da folk brit�nica. Nessa curta actua��o, o melhor que se viu foi o esp�rito endiabrado do novo elemento Tim Van Eyken (em melodion) em perfeita sintonia com o violino da tamb�m irreverente Eliza Carthy (muito melhor aqui do que enquanto solista). Ora escute-se o set “Balancy Straw”. “A Dark Light”, recebe toda essa energia renovada e, contrariamente ao que o t�tulo possa transparecer, � o �lbum mais luminoso dos Waterson: Carthy. Este tributo aos cantores brit�nicos que influenciaram a carreira destes m�sicos, tem o dom de colocar o registo vocal de Norma Waterson num tom menos sofrido do que � habitual. Sublime a graciosidade que emana do dueto entre m�e e filha (Eliza) em “Crystal Spring”. Martin Carthy abandonou o autoritarismo denotado no “Festival da M�sica e dos Portos” e o seu ego diluiu-se num trabalho que resulta mais pelo colectivo do que pelas individualidades, apesar da sua marcante carreira que representar� sempre o passado o presente e o futuro da folk brit�nica.

Em “Anglicana” Eliza passou bruscamente da rebeldia para a maturidade, assinando o melhor disco da sua carreira, que sucede ao pior “Angels and Cigarretes”. Um registo que estava a lev�-la para o gueto de um sub produto folk punk de linhagem Oyster Band e Pogues. Agora sim, Eliza edita um �lbum cujos pais, Martin Carthy e Norma Waterson, podem orgulhar-se. “Anglicana” pode bem ser considerado uma extens�o do trabalho do trio desenvolvido no projecto Waterson: Carthy. Tendo como objectivo recuperar antigas can��es brit�nicas e com elas o profundo sentimento de “englishness”, Eliza eleva-se ao Olimpo das grandes divas da folk da velha albion, exibindo uma seguran�a e um tom cristalino de voz not�vel, sobretudo em “Just As The Tide Was Flowing” e “Willow Tree”, onde se encontra mais exposta. Em “Anglicana”, a autora definitivamente convence-se que para modernizar melodias e arranjos, n�o � necess�rio interpretar a m�sica popular no formato de uma banda rock. Basta deixar-se levar pela simplicidade e agilidade dos m�sicos que a acompanham, ora no som met�lico das cordas de uma guitarra ac�stica (“Limbo”), ora com o acorde�o em di�logo infernal com o violino (“No Man’s Jig”) e que nos remete para aquele universo irland�s, pleno de espontaneidade e vigor.

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