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“BEYOND FADO”, UMA REPORTAGEM EM LISBOA (FOLK ROOTS DE JULHO)

Na mesma edi��o da Folk Roots em que Manecas � o principal protagonista, � ainda apresentada uma reportagem em Lisboa, intitulada �Beyond Fado�. Finalmente, algu�m reconhece que a m�sica portuguesa n�o � s� fado (claro que Andrew Cronshaw, jornalista da mesma revista e autor do cap�tulo referente a Portugal no Rough Guide de World Music h� muito que nos tinha mostrado que h� �bifes� bem informados), apesar de a incurs�o por v�rias casas de fado constituir parte significativa desta reportagem. Mas h� tamb�m Gaiteiros de Lisboa e um respirar profundo da lusofonia africana na Capital.

O CEN�RIO E OS PROTAGONISTAS. Jon Lusk percorre o B.Leza, Petisqueira de Alc�ntara, Bacalhau de Molho, Ondeando (na Costa da Caparica) e En�Clave. Esta incurs�o, acompanhada em parte por Mariza, serviu para recolher impress�es de Rui Vaz (Gaiteiros de Lisboa), Ant�nio Zambujo, Waldemar Bastos, Tabanka Djaz e Bana.
Um reportagem curiosa e abrangente que aborda v�riad�ssimos assuntos: as diferentes influ�ncias que a m�sica portuguesa recebeu, do norte e do sul; o aproveitamento pol�tico de Salazar do fado e dos ranchos folcl�ricos; a di�spora negra da �frica lus�fona em Lisboa, no p�s 74; a nova gera��o que come�a a olhar para a tradi��o com outros olhos (sem contudo mencionar nomes � a grande pecha deste artigo).

A NEGATIVIDADE. Das impress�es registadas por Jon Lusk, ressalta uma negatividade bem vis�vel. Rui Vaz, esquecido que ainda h� bem pouco tempo encheu a Aula Magna e � sempre bem recebido em festivais nacionais de m�sicas do mundo, refere que �s vezes olham para os Gaiteiros �como se f�ssemos estrangeiros�. J� Ant�nio Zambujo, admite que os portugueses em geral �n�o se interessam pela sua pr�pria cultura�. Waldemar Bastos al�m de se queixar de um mau entendimento com a Luaka Bop, e de afirmar que � dif�cil viver em Portugal (e que s� por quest�es familiar tem reside c�), refere que em �Portugal n�o existe uma cultura aberta�. Esta olha com desd�m para africanos que cantam fado. Apesar disso, Mariza (de ra�zes mo�ambicanas), continua a vender que se farta. Os Tabanka Djaz, v�o ainda mais longe e falam em �racismo� entre os promotores de espect�culos das C�maras Municipais, comentando ainda que �os portugueses escutam-nos com uma atitude colonial�. O rep�rter chegou a confessar-se surpreendido com tanto bota-abaixo.

FALTA DE AUTO-ESTIMA. � de facto muito estranha a nossa baixa auto-estima. A Folk Roots d� tempo de antena � �cidade dos Poetas� (como chega a ser mencionada por jornais ingleses) e os seus representantes gastam mais tempo a desabafar, do que a pronunciarem-se sobre as virtudes dos m�sicos e da m�sica portuguesa. Talvez esta baixa auto-estima tenha a ver com aquilo que tamb�m foi referido no artigo: Ces�ria �vora, Waldemar Bastos, Tito Paris, Dulce Pontes (e muitos outros nomes) s� ganharam algum espa�o medi�tico em Portugal depois de terem conquistado a Europa. Ser� que esta baixa auto-estima reflecte-se na imprensa nacional, que prefere fazer capas com artistas estrangeiros que, por vezes nem 1000 discos vendem, e ignoram os m�sicos lus�fonos at� estes se notabilizarem l� fora?

POSITIVISMO. A �nica voz que trouxe algum alento ao derrotismo lusitano, foi a de Miguel Santos, da delega��o londrina da Funda��o Calouste Gulbenkian, que tem feito um not�vel trabalho de promo��o dos artistas nacionais em Inglaterra, nomeadamente atrav�s da organiza��o de duas edi��es do Festival Atlantic Waves. Diz ele que � preciso que apare�a �gente que acredite que tenha talento e (…) que n�o tenha medo de fazer coisas�. Miguel Santos que gosta de se rever �como parte de uma nova gera��o que acredita que existe em Portugal talento e criatividade, tal como em outro pa�s do mundo�. Assim � que se fala.

PS: A Folk Roots pode ser adquirida em Lisboa na loja do Mundo Da Can��o, no Picoas Plaza. Para mais informa��es, consultem o site desta distribuidora: www.discantus.pt

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