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AT-TAMBUR:A VELHA (NOVA) EUROPA

At-Tambur, teatro Gil Vicente, 13 de Setembro

Gostei de ver os At-Tambur no passado S�bado em Cascais. Al�m de me ter sido dado a oportunidade de conhecer mais um teatro hist�rico (o Gil Vicente, t�o bonito quanto o Lethes de Faro), o projecto mostrou em palco todas as credenciais de se tratar, actualmente, de uma das mais interessantes propostas nacionais de miscigena��o de v�rias correntes e �pocas da folk europeia. Longe v�o os tempos em que se limitavam a servir de banda de anima��o de bailes de m�sica tradicional, popularizados pelo Festival Andan�as. Nessa noite assistimos a uma banda personalizada. Que sabe muito bem planear um espect�culo. Foi bonito ver-se a coreografia de duas bailarinas em .Arabesca. e o sapateado � .River Dance. (�s tr�s dan�arinas s� faltou mesmo uma posi��o mais hirta e conseguirem chegar com os p�s � altura das suas cabe�as) em .Jig Horizonto / Dan�a do Urso..
Um jig? Um scotish? Um bourre? Uma mazurca? N�o os podem acusar de n�o serem portugueses. Nem t�o pouco de serem irlandeses, suecos ou franceses. Tudo soa a At-Tambur. Com os defeitos e as virtudes relevados em disco e confirmados em palco. N�o � por acaso que um projecto que trabalha sobre uma matriz de m�sica tradicional granjeia facilmente a simpatia de uma r�dio como a Antena 2, sendo uma presen�a ass�dua no programa da manh� de V�tor Nobre. Os At-Tambur, tem uma abordagem cl�ssica do seu repert�rio, influenciada, certamente, pela r�gida forma��o de alguns m�sicos, que os torna algo formais. No entanto, a postura em palco de um certo distanciamento, n�o condiz com a sua vontade de inovar, de reescrever � sua imagem uma dan�a klezmer (.Israelita.). S�rgio Cris�stomo (violino) e Tiago Costa-Freire (Flautas), dois dos m�sicos mais bem formados (na escola cl�ssica), foram os principais transgressores do formalismo que o projecto respira. S�rgio, o .carregador de piano. e o principal pir�mano, foi impulsionador mor das saud�veis explos�es que fizeram levantar o p�blico das cadeiras. Tiago, o criativo que tem asas . ele voa, voa, voa . � o m�sico vagabundo, de toque nervoso e mais r�pido que a sombra. Anda por toda a parte. Ele � uma das principais almas dos At-Tambur. Escute-se os aerofones em .Arabesca. e .Sueca.. Por aqui passa a sede que o colectivo tem de revolu��o. O Tiago �, pois, a candeia que os ilumina.
Mais discretos, mas n�o menos importantes, de real�ar tamb�m o interessante trabalho da dupla bateria e contrabaixo que, em registo jazz�stico, estendem o tapete r�tmico, com uma grande dose de classe e subtileza, contribuindo decisivamente para a idiossincrasia dos At-Tambur. A cereja em cima do bolo.

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