VINICIO CAPOSSELA
Loulé é cada vez mais a capital da música do mediterrâneo (e mestiça). De 27 de Junho a 1 de Julho, realiza-se mais uma edição do Festival Med que tem crescido em termos de qualidade das propostas musicais apresentadas, de público e, este ano, também em termos de área (na zona histórica) disponível para o evento (que passa a oferecer um quarto palco no largo da Igreja Matriz).
O primeiro dia (27 de Junho) contará com as prestações de SARA TAVARES e de AYNUR do Curdistão turco. A 28, haverá “salsamuffin” em língua castelhana com o francês SERGENT GARCIA, NATASHA ATLAS (que dispensa qualquer apresentação) e “shots” de vodka balcânicos servidos pelo ‘barman’ DJ SHANTEL. A 29, Loulé torna-se num enorme deserto: Há tuaregues armados com guitarras eléctricas (TINARIWEN), um berbere que nasceu em solo argelino mas que se encontra radicado em França (AKLI D), ciganos justiceiros romenos (não, não vêm do Rajastão) TARAF DE HAÏDOUKS que costumam ser sempre bem recebidos, quer no “deserto”, quer na sobrepovoada “margem norte”. A 30 de Junho, os valencianos L’HAM DE FOC acompanhados de um camião TIR (que carrega os 30 ou 40 instrumentos da banda) revisitam o universo medieval ocidental, a música ladina, a música mediterrânica atlântica e helénica. É também servida uma forte dose de funk-afrobeat-hip-hop latino made in Nova Iorque pelos YERBA BUENA, e, atenção, muita atenção, ao cantautor italiano VINICIO CAPOSSELA (há quem lhe chame de TOM WAITS milanês) que é um fortíssimo candidato ao melhor momento do Med deste ano. O Med termina a 1 de Julho com a música mestiça (do flamenco à electrónica) dos andaluzes CHAMBAO e com o tango electronicamente revisitado pelo BAJOFONDO TANGO CLUB de GUSTAVO SANTAOLALLA.
Nos palcos secundários, haverá ainda a oportunidade de vermos ESTAMBUL (da Turquia), UXU KALHUS, OLIVE TREE, TOQUES DO CARAMULO, IN-CANTO de LUÍSA AMARO e dança contemporânea com a companhia AMÁLGAMA e CIDÁLIA MOREIRA.