Notícias

ROBERTO LEAL mergulha a fundo na tradição mirandesa

Canto_da_Terra.jpgE se numa das mais importantes celebrações folk da Península Ibérica pudéssemos ver (num dos cartazes de 2008) inscrito o nome de ROBERTO LEAL? Espantados? Depois de ouvir o novo disco “Canto da Terra” diria que tudo é possível. Oriundo de Vale da Porca, Macedo de Cavaleiros, o cantor de música ligeira sobejamente conhecido pelo seu sotaque brasileiro e por êxitos da rádio de Onda Média como “Dá Cá Um Beijo” ou “Bate o Pé”, mergulhou a fundo na cultura mirandesa e apresenta-nos agora um álbum que, quem sabe, poderá ser um dos candidatos ao Prémio José Afonso de 2008. Não. Não estou a exagerar. Senão vejamos: Sabem quem é o responsável pelos arranjos e direcção artística do disco? RICARDO DIAS. Olhemos agora a lista de convidados: MANUEL ROCHA (da BRIGADA), AMADEU MAGALHÃES (já perdemos a conta aos projectos em que este multi-instrumentista que criou os REALEJO participa), GALANDUM GALUNDAINA (que cantam e tocam percussões em algumas das modas), RÃO KYAO, ANDRÉ SOUSA MACHADO e VITORINO. Além disso, há aqui também um agradecimento muito especial a MÁRIO ESTANISLAU e VICTOR FÉLIX dos RONCOS DO DIABO.

Em “Canto da Terra”, ROBERTO LEAL chega mesmo a cantar em mirandês (o escritor e estudioso Amadeu Ferreira colaborou também na pesquisa e tradução das letras) em vários temas, como “Nós Tenemos Muitos Nabos”, “Sinhá Senhora”, “Chin Glin Din”, “La Molinera” e “La Çarandilhera”. Só é pena que o trabalho gráfico da capa não tenha a sofisticação dos arranjos deste interessante lote de temas. O disco será apresentado ao vivo em breve no Casino Estoril (em data a anunciar). Eu vou!

Previous ArticleNext Article

18 Comments

  1. Olá Camarada. Fazes bem. Não é preciso dizer-te para te libertares dos preconceitos. É de se tirar o chapéu ao esforço que o homem faz em cantar em mirandês.

    O disco é distribuído pela Som Livre.

    abraço

    lr

  2. Já tinha lido na Visão e o facto do Manel Rocha e do Ricardo Dias (onde é que este homem não toca???) fez-me espetar as orelhinhas.

    Tambem quero ouvir. Mas na rádio não acredito que tenha sorte.!!

  3. Pois, deverá ser difícil ouvir o disco na rádio. só se o Balsemão tivesse rádios 😀 Mas conta vê-lo em programas da SIC 😉

    O Ricardo Dias é um semi-deus. Como o Mário Delgado [TGB, Cristina Branco, Maria João, etc etc etc]. Andam por todo o lado. Felizmente, não me cansei de ambos e espero que continuem a trabalhar com esta intensidade.

  4. Muito espantado eu fiquei, quando ontem na Anena 1 anunciaram este disco do Roberto Leal. Fiquei logo à partida meio incrédulo e meio preconceituoso…
    Mas mal começei a ouvir fiquei logo agarrado, pois identifiquei logo a estética da malta coimbrã – Ricardo Dias e companheiros. Fez-me lembrar o excelente Traz os Montes da Né Ladeiras.
    Abaixo o preconceito! Se no melhor pano cai a nódoa, então a pior nódoa também pode ser enxugada por este “pano de Coimbra”!
    Grande abraço,
    Artur Fernandes

  5. Bom dia Pedro,

    já estás por cá? é este fim-de-semana que vamos beber o copo? Escolhe o concerto: hoje – Galandum Galundaina no seixal, amanha brigada na amadora, domingo à tarde dazkarieh na ass. república.

    Artur, sê bem aparecido. É engraçado falares em estética coimbrã. Será que também há uma estética de Águeda? Seria engraçado ver o pessoal da d’Orfeu a fazer arranjos de recolhas do Giacometti de norte a sul do país para um novo disco do Marco Paulo. Qualquer destes cantores de música ligeira está rodeado de grandes músicos. Só não fazem obras mais sérias porque não querem. Por isso, mais uma vez, tiro o chapéu ao Roberto Leal.

  6. Tive um professor de Direito Processual Civil que definia muito bem uma palavra:PRECONCEITO. Ele dizia que o pré-conceito (preconceito) é um prejuízo (pré-juizo). Sábias palavras, pois a cada vez que agimos por preconceito, temos um prejuízo. O prejuizo da oportunidade, da verdade. O preconceito nos faz, à partida, perdermos algo, seja ele qual for: desde um conhecimento, a uma surpresa agradável. Acredito até que o Roberto Leal já tenha produzido coisas de valor ( a faixa com o Vitorino, pelo que pude perceber, já vem de um disco anterior), mas o preconceito não nos deixou ver. Ganhamos todos, com uma atitude menos preconceituosa, a evitar rótulos. Ganha o artista, em incentivo para continuar a se mostrar em outras facetas e vertentes e ganhamos nós que incentivamos a produção de melhor música portuguesa. As rádios dão-nos tão poucas e repetitivas opções, que já não aguento mais a mesmice. Parabéns, Luis Rei, por nos ensinar mais esta…

  7. Obrigado pelo seu valioso contributo, Lucinda. Gostei sobretudo desta passagem e assino por baixo:

    “pois a cada vez que agimos por preconceito, temos um prejuízo”

    Oxalá, outros músicos com carreiras bem definidas e vintadas tenham a coragem que o Roberto Leal teve em dar este “golpe de rins” e em fazer espectáculos de apresentação deste disco.

    e boa audição, António.

  8. Pois eu já ouvi uma série de temas na ANTENA 1 e fiquei atónita porque (confesso…) sempre tive horror ao Roberto Leal, nem queria acreditar quando ouvi.

  9. Pois muito sábias palavras venho de lêr nos comentários.
    E quero entrar na corrente!
    Como se saberá sou o “mano mais velho2 de um jovem projecto: Tocándar.
    Fomos convidados para participar nas gravações de uns clip’s do Roberto Leal e num seu espectáculo. Ao princípio fiquei com uma sensação estranha… Como seria possível “juntar” um grupo do tipo do tocándar com o roberto Leal?…
    Rápidamente fiquei agradavelemnte surpreendido. Afinal fazia todo o sentido.
    Lançámo-nos nessa aventura. Tocámos o que havia para tocar e que tem de ser melhorado, porque não houve as condições adequadas para fazer o melhor.
    Mas devo dizer que eu e o grupo de jovesn com quem trabalho gostámos! Gostámos muito de conhecer o Homem e a sua simplicidade e simpatia. Conhecemos melhor a sua actual etapa na música. Ficámos mais ricos com a experiência. E, sobretudo, deixámo-nos de preconceitos! É muito melhor sermos inteligentes!
    Eu e os jovens do Tocándar agradecem ao Roberto Leal, ao Seu filho Rodrigo Leal e a toda a sua equipa tudo o que partilharam connosco. Afinal, é tudo tão extraordinário!…
    Abraços
    P.Tojeira e Tocándar

    1. … A ver se hoje ainda escrevias a mesma coisa! o Homem e a sua simplicidade e simpatia??? só não lhe conheceste o livro de cheques! eheheh. Volto ao meu comentário: goste de Azeite, sim … mas prefiro o Extra Virgem! ahahah 1 Abraço – Lira

  10. “Estive lendo certos comentarios,com certeza de portugueses,como alguns mesmo dizem preconceituosos,lamento os comentarios feitos a .Roberto Leal .Aqui no Brasil ,ele fez tanto sucesso,talvez seja isto que vos incomodam,porque ele precisou deixar sua pátria para que um outro povo desse valor ao seu trabalho.Tirando o Roberto,e alguns portugueses,como meus descendentes e tantos outros,eu só tenho uma coisa a dizer de ,voces .Voces só servem mesmo para ser o conteúdo de nossas melhores piadas por aqui”

  11. … passado mais de um ano sobre este CD, penso que poisso dizer em resumo que …que … AZEITE. Sim! Trás os Montes é produtor de Azeite da melhor qualidade! Azeitona Santulhana! … só que este azeite, que escorre deste CD é o azeite da segunda ou da terceira escolha, o azeite do oportunismo, ou seja, o espremido a quente e já no final do processo, das borras e dos caroços. Eu prefiro o Virgem Extra, ou seja, o que é espontâneo e sai directo da azeitona pura. No final, até se podem misturar ambos os azeites e eles misturam-se, mas o produto final não tem qualidade. Acho fantástico que alguém nascido em vale da Porca afirme ter vivido a sua infância a falar em Mirandês … porque foi lhengua que nunca se falou por lá! Enfim:creio que basta uma receita: ponha-se uma pitada de “tiques” ou seja, arranjos “à la brigada” – que são o que salva o CD – , inclua-se uns “Galandum Greatest Hits”, preferencialmetne com performance dos próprios, misture-se tudo um pouco, adicione-se levemente um pouco de “Pimba” e… já está! Vamos todos a Miranda! Formula mágica! Alla hemos de comer! Divirtam-se com este CD. Eu por mim, continuo a preferir o azeite … PURO e … extra virgem.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.

pt_PTPortuguese
pt_PTPortuguese

Send this to a friend