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O difícil novo disco dos Gaiteiros de Lisboa

Gaiteiros de Lisboa em estúdio durante a gravação de “Sátiro”, o novo disco dos Gaiteiros de Lisboa, já está gravado desde Dezembro de 2005. Neste momento, ainda não se sabe qual a data de edição do disco, nem a editora que o edite. Há, contudo, uma forte esperança que o enguiço possa ser quebrado muito em breve.

“Sátiro” é, provavelmente, um dos melhores discos dos Gaiteiros de Lisboa. Aquele em que as Gaitas aparecem um pouco mais escondidas em detrimento da utilização de uma maior panóplia de instrumentos (há, finalmente, um violino de Manel Rocha em “Camarrita”, um clarinete baixo de Fausto Córneo, para além de uma variedade notável de aerofones e do uso mais exaustivo de percussões feitas de PVC). É aquele em que há mais gente a criar. Paulo Marinho e José Salgueiro juntam-se aos incontornáveis Carlos Guerreiro e José Manuel David. Talvez, por isso, a corda da criação tenha esticado como nunca. À genuinidade transmontana de “Pracá-dos-montes” (que quase soa a uma recolha de uma composição transmontana por Michel Giacometti) e açoriana de “Chamarita do Pico”, contrapõe-se a versão líquida de “Movimento Perpétuo” de Carlos Paredes a remeter para o universo experimentalista / new age dos brasileiros UAKTI. Há ainda tempo (pouco mais de minuto e meio) para unir o universo bárbaro e palaciano dos Gaiteiros à voz de fadista de Mafalda Arnauth, por via de um poema de Florbela Espanca, em “Os Versos que Te Fiz”. Notável (ainda) a forma como Amélia Muge (“O Fim da Picada” e “Nem Fraco Nem Forte”) e de Carlos Guerreiro (“Comprei uma Capa Chilrada”) parecem brincar com as palavras nas letras destas canções.

O disco é grande. Resta pô-lo cá fora.

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