V?rios
Electric Gypsyland
Crammed / Megam?sica
O que o cinema faz. Desde “Underground”, a m?sica cigana de leste extravasou o restrito circuito de festivais folk, da imprensa escrita e de programas de r?dio especialmente vocacionados para a divulga??o de m?sicas do mundo. O esp?rito tresloucado, o apelo irresist?vel ? dan?a das brass bands e das taraf ciganas que nos chegam do leste, conquistaram a ‘club culture’ alem? e o cora??o de alguns produtores de m?sica electr?nica. “Electric Gypsyland” ?, pois, um exerc?cio de distintos estilos edificado a v?rias m?os. Alterna o mau (Bucovina Club – excessivamente techno; Bigga Bush – dub inconsequente; Mercan Dede – apenas um m?sero didgeridoo), com o razo?vel (Arto Lindsay e Se?or Coconut – algo frios e maquinais) e o bom (j? a seguir). Parte de uma mat?ria prima (extremamente) limitada, que se restringe aos grupos do selo Crammed: Taraf de Haidouks, Ko?ani Orkestar e a recente aquisi??o, Mahala Rai Banda. O que faz com que haja alguma repeti??o na revis?o do repert?rio. “Siki Siki Baba” da Ko?ani ? revisto por tr?s vezes (Se?or Coconut>, Ga?tano Fabri e Mercan Dede), “L’orient Est Rouge” ainda da brass band maced?nia por duas vezes (Lightning Head e Bigga Bush).
O c?u limpo e solarengo que se abate algures entre a Rom?nia e a Maced?nia, ?-nos oferecido pela sequ?ncia Dj Dolores Vs Taraf – Shantel Vs Mahala e Juryman Vs Taraf (de novo), al?m de Modern Quartet Vs Ko?ani. Quatro propostas onde a ‘hora’ romena que ? “Dumbala Dumba”, dilui-se em ritmos de drum’n’samba; onde “Lest Sexy” exala a faceta sensual e extremamente dan??vel da m?sica cigana dos balc?s, amplificada pela quase aus?ncia criativa de Shantel, que se limita a dar mais intensidade ao ritmo; onde o esp?rito de bom selvagem, hipn?tico, de quem conta uma hist?ria de subleva??o camponesa, enquanto dedilha as cordas de um violino, ? totalmente transfigurado pelo electro jazz de Juryman, muito marcado por uma bateria intensa e deambulante; e onde um clarinetista b?lgaro, com uns dedinhos m?gicos ? Ivo Papasov, encontra um tapete vermelho de electr?nica refinada a seus p?s. Mais e melhor seria at? seria poss?vel. Era necess?rio que se respirasse com maior intensidade o esp?rito de bom selvagem e se reproduzissem os sons que marcam o pulsar do dia-a-dia no seio de uma comunidade cigana: os acordes de acorde?o ao fundo da sala, os c?es a latir, os preg?es das vendedoras, etc. (6/10).