A voz é quente, poderosíssima e utilizada, muitas vezes, como um instrumento em delírio «free». ANDRÉ CABAÇO, moçambicano que vive à mais de 20 anos em Portugal, merecia estar no patamar dos músicos africanos que deveríamos venerar diariamente. É uma pena que o conheçamos mais pelas fugazes colaborações com TORA TORA BIG BAND (enormíssimo aquele “Moka Man”), SONS DA FALA ou SONS DA LUSOFONIA, do que propriamente pela sua carreira a solo. Aos ritmos programados electronicamente, sobrepõe-se o vozeirão, os dialectos das mais recônditas tribos moçambicanas. Há «europeização» de sonoridades ancestrais que nunca abafam o cariz etnográfico do mais recente trabalho de ANDRÉ CABAÇO, “A Punga Ni Nhama” (2005, edição Discoteca Balafon”). É uma pena que um músico com este saber, com este carisma, não tenha encontrado um editor à altura do seu talento. Alô NICK GOLD, alô JOSÉ da SILVA.
Esta sexta-feira, dia 18 de Janeiro temos uma rara oportunidade de nos redimirmos de nunca termos visto um espectáculo de ANDRÉ CABAÇO. Obrigatório.
Concertos
ANDRÉ CABAÇO em rara aparição a solo
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