Concertos

Intercéltico de Sendim com mais portugueses e virado para leste

Luar na Lubre

luarnalubre.jpgÀ semelhança do sucedido no ano passado, a organização do Intercéltico de Sendim tem já o cartaz fechado (e disponível na sua página oficial) a largos meses da realização das festividades que, este ano, ocorrem entre os dias 1 e 3 de Agosto.

A abertura (dia 1) estará a cargo da banda folk-rock de Coimbra GINGA (autores do álbum “Celebratio” de 2006), que têm tido muito mais projecção em Espanha do que propriamente no nosso país. O projecto de ARMÉNIO SANTA e ANTÓNIO SANTOS SIMÕES (que têm dividido o tempo com a BANDA FUTRICA que editou em 2007 um álbum de tributo a JOSÉ AFONSO, “Com Zeca No Coração”) parece apostado em dar uma nova orientação, mais jazzística (e menos atmosférica e roqueira), ao projecto que já venceu o concurso espanhol Eurofolk.
Seguem-se os asturianos SKANDA. Uma jovem banda folk que já actuou no festival vizinho Celtirock e que é descendente de uma linhagem de projectos bem conhecidos desta localidade de Terras de Miranda, como TEJEDOR, LLANGRES e LLAN DE CUBEL.
Os galegos LUAR NA LUBRE (na foto) da cantora portuguesa SARA VIDAL (leitora regular deste espaço e mentora do blog Sons Vadios) constituem-se como cabeças-de-cartaz do primeiro dia de Intercéltico de Sendim. Esta é uma rara oportunidade de escutarmos ao vivo o seu mais recentente trabalho, “Camiños Da Fin Da Terra” (de 2007). Depois de terem evocado a emigração galega para o continente americano (em “Saudade”, 2005), este é um álbum que volta a olhar para os mitos e lendas dos seus antepassados que, vindos das ilhas britânicas e da Bretanha, aportaram na Costa da Morte.
No dia seguinte, a nona edição do Intercéltico de Sendim, provavelmente a mais ousada (em termos geográficos) de sempre, vira a leste e oferece-nos, provavelmente, aquela que será a grande revelação deste festival. Os magiares KEREKES BAND bem cotados na imprensa britânica da especialidade (sobretudo na revista Songlines) servem-nos um cocktail rock-funk-disco-jazz com música pastoril da Transilvânia.
De seguida caminha-se ainda mais para oriente. Viaja-se da Hungria até à Ucrânia com os VOANERGES para mais uma nova combinação explosiva de rock local com funk, rap, hip-hop e gospel.
O programa principal do Parque das Eiras encerra com o grande balanço do “etnofolkadelic” escocês dos SHOOGLENIFTY. Mais uma dose cavalar de funk-meets-jigs-and-reels com redondas linhas de baixo e violinos incendiários.
Ao terceiro dia celebrar-se-à a tradicional missa céltica e haverá também o rock agrícola e mirandês «com mentalidade de tractor» dos PICA TUMILHO.
Entre as festividades na Taberna dos Celtas e na animação de rua (na tarde de Sábado) teremos ainda a oportunidade de assistir a concertos temáticos com OS GAITEIROS DA FAMÍLIA FERNANDES e a EVOCAÇÃO DO TAMBORILEIRO VIRGÍLIO CRISTAL.

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6 Comments

  1. Olá Pedro,

    É um óptimo programa, sim senhor. Tenho imensa curiosidade à volta da Kerekes band. O disco apesar de algo repetitivo (as flautas por vezes são excessivamente agudas e estridentes) é bastante sugestivo de um bom espectáculo ao vivo.

    abraço

    lr

  2. Pois..Nao é mau..apesar de connhecer bem os Luar Na Lubre e os Shooglenifty, penso q na actualidade, em relação a bandas de matriz celta, existem interesantes projectos que tambem mereciam vir ca: Flook! e Mcdades.De qualquer forma fica fica a ideia para Sines ( ja existe mais alguma coisa a cerca da programação?) que normalmente centra, e bem, o seu celtismo na superior folk bretã…Ja agora os Oi va Voi são qualquer coisa de saboroso, n sei porque este é o adjectivo que melhor encontrei…
    Abraços
    Hugo Fernandes

  3. Olá Hugo,

    Há de facto muitos outros projectos das ilhas britânicas que nunca cá puseram os pés e seria muito interessante vê-los ao vivo. Basta dar uma olhada na programação do festival escocês Celtic Connections (com 100 ou 200 espectáculos) para verificar isso. Para que isso acontecesse seria necessário haver um festival folk tão grande ou maior que Sines. E os nossos festivais folk vivem (sobrevivem) com muito poucos apoios. Vão fazendo o que podem.

    Relativamente a Sines já há mais dois nomes do domínio público. Um deles é galego e acho que vais gostar muito. Ainda hoje publico uma posta sobre este assunto.

    abraços

  4. Olá Hugo, não são os Berroguetto, não. É um projecto em que a intérprete está intimamente ligada à Gaudi Galego (que já não faz parte de Berroguetto) numa outra formação…

    mais logo tens notícias sobre este e outros grupos…

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