Concertos

Casa da Música mestiça recebe AMADOU & MARIAM

amadoumariam.jpgA Casa da Música apresentou ontem à imprensa a programação para o segundo semestre que se prevê de grande intensidade. Para além do ciclo Uma Casa Portuguesa, cujo cartaz já anunciámos neste espaço, haverá ainda o festival Música e Revolução (entre 25 e 29 de Abril) dedicado “às obras musicais revolucionárias que marcaram um ponto de ruptura na história da música” e o Festival Mestiço (que se realiza entre os dias 26 e 29 de Junho). O evento que une as várias tribos da música tradicional miscigenada com urbanidade e contemporaneidade, apresenta no primeiro dia o sérvio BOBAN MARKOVIC (e não croata conforma a Lusa anuncia) e a orquestra latina de SEÑOR COCONUT com o convidado especial LOUIE AUSTIN (com quem gravou o EP “Dreams Are My Reality”). Refira-se que SEÑOR COCONUT, responsável por ter encerrado a programação do FMM de Sines de 2007 (sem contarmos com os DJs), também actua no início do mês de Junho no Theatro Circo de Braga (dia 6) e no Centro de Artes de Portalegre (dia 7), apenas e só com a sua orquestra.

A 27 de Junho há hip hop misturado com samba por MARCELO D2 e o “dreda” angolano MC K (sim, o que participou na famosa compilação de rap dos palancas negras editada pala Rádio Fazuma).

A 28 de Junho é servido uma boa dose de reggae, ska, mento vintage jamaicano com TOOTS & MAYTALS e os DYNAMICS.

No último dia, ficou reservado o melhor da festa: EXTRA GOLDEN (Quénia / Estados Unidos), TIMBILA MUZIMBA (Moçambique) e… AMADOU & MARIAM. Neste último ano, o casal de cegos maliano que deu um dos melhores concertos no FMM de Sines de 2005, tem actuado ao lado de nomes da pop como DAMON ALBARN e os SCISSOR SISTERS. Um óptimo cartaz. Só é pena que se realize nas mesmas datas do Festival Med de Loulé.

Festival Música e Revolução

O festival inicia-se a 25 de Abril, precisamente com o Poema Sinfónico para 100 Metrónomos (1962), de György Ligeti, uma obra em que cem metrónomos (instrumento usado para medir os compassos da música), cujo “tic-tac” é regulado com ligeiros desfasamentos, são postos a trabalhar até ficarem sem corda.
Nesse mesmo dia, há um duplo concerto na Sala Suggia, em cuja primeira parte o Remix Ensemble, sob a direcção de Peter Rundel, tocará obras de Karlheinz Stockhausen e Arnold Schönberg e a ONP, dirigida por Christoph König, executará obras de François-Joseph Gossecm, Claude Debussy e Richard Wagner.
Outros concertos deste ciclo incluem as obras “Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky, pela ONP dirigida por Peter Rundel (26 de Abril) e os já citados madrigais de Monteverdi, Gesualdo e Schütz (27 de Abril) com obras de Luciano Berio (Sequenza V e Sequenza X para trompete) e de Arnold Schönberg (Sinfonia de Câmara nº 11, op.9) na segunda parte.
Estão também incluídos neste ciclo dois concertos de jazz, o primeiro a 28 de Abril, por Bernardo Sassetti, em que o pianista, acompanhado pelo saxofonista Perico Sambeat, André Fernandes (guitarra), Paço Charlín (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) tocará temas de três grandes nomes da revolução “bebop” do jazz – Charles Mingus, Thelonious Monk e Charlie Parker.
No dia seguinte, o pianista norte-americano apresenta-se na Casa da Música em octeto, para apresentar, em estreia europeia, a sua obra multimédia “In my Mind: Monk at Town Hall, 1959”, baseada naquele célebre concerto de Thelonious Monk.

Notícia da Lusa, de 19 de Março de 2008

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5 Comments

  1. Extra Golden.
    isto é o que interessa.
    há dois anos que ando de ouvidos encalhados no primeiro álbum deles.
    apesar de também gostar do segundo que está aí nas bocas do mundo (obrigado Obama).
    não consigo desgrudar das guitarras circulares, ritmos hipnóticos, sei lá que mais…
    espero que se concretize o meu concerto do ano.

  2. Olá Rui, tens toda a razão. Extra Golden é uma bandona. Só os conheci muito recentemente e acho imensa piada a todo aquele pop africano que me lembra os Bundhu Boys e as músicas afro que o Peel divulgava com o noise rock americano.

    Nessa altura deverei estar por Loulé e tenho imensa pena de os perder.

    ah, podes ouvir o tema “Obama” do último álbum deles na emissão de 31 de Março.

    abraço

  3. Olá Luís.

    É também um excelente álbum este segundo. Tenho-o ouvido nestes últimos dias e confirma-se que a pop de guitarras ainda vive. Não há nada parecido e tão pop, num sentido de ritmo que nos deixa o corpo a abanar. Esta música entra pelo corpo adentro, sem nada de cerebral. A tradição do Benga e dos ritmos da costa este africana encontram finalmente o ocidente?

    Por falar em Àfrica, fica a referência a este disco, o terceiro da Analog Africa:

    African Scream Contest: Raw & Psychedelic Afro Sounds from Benin & Togo 70s

    Embalado de uma forma luxuosa, a abarrotar de informação e cheio de música soberba. Tudo feito com grande paixão por um senhor alemão que se orgulha de dizer que pagou os direitos autorais de todos os temas incluídos no CD.

    http://analogafrica.blogspot.com/
    http://www.myspace.com/analogafrica

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