O Festival Med realiza-se entre os dias 25 e 29 de Junho e prepara, como tem sido habitual, nestas três ou quatro últimas edições, um óptimo programa internacional (acrescido de um cartaz nacional que irá rodar maioritariamente por palcos secundários), em que cada vez mais se esbatem as fronteiras do conceito «mediterrâneo». Se, em anos anteriores, assistimos a encontros com a música criativa de raiz nordestina de Tom Zé e dos Think Of One com a Dona Cila do Coco, ou com a pop de inspiração «celta» dos escoceses Capercaillie, a edição do Med deste ano promete alargar os horizontes a outros territórios inexplorados.
O recente comunicado da organização a cargo da C.M. de Loulé (via PURE^ativism), confirma a notícia que já havíamos avançado a 18 de Fevereiro neste espaço: os Balkan Beat Box (que também devem passar pelo Sudoeste da Zambujeira do Mar) constituem, talvez, a maior atracção do primeiro dia de Med (25 Junho). A mesma nota informativa dá ainda conta da actuação de uma lenda viva das músicas negras (da gospel, à soul, ao rock e aos blues): Solomon Burke. Veterano que deverá apresentar muito provavelmente repertório do disco “Like a Fire” (com data de lançamento previsto para o próximo mês de Junho), que contém canções escritas por gente ilustre como Ben Harper ou Eric Clapton. No mesmo comunicado, a organização confirma ainda a presença dos malianos Amadou & Mariam que também editam, daqui por um mês, o sucessor de “Dimanche a Bamako”, que é igualmente produzido por Manu Chao. O casal invisual que se estreou em muito bom nível no FMM de Sines de 2005 e que já está alinhado para o Festival Mestiço da Casa da Música (29 de Junho), actua no Med um dia antes da data do Porto.
Mas a notícia mais surpreendente que já pode ser confirmada através do site oficial da banda, prende-se com a inclusão dos nómadas belgas Zita Swoon agendada para dia 27 de Junho. No mesmo dia, é possível assistirmos também a mais uma boa dose de humor inteligente da Deolinda que, através do brilhante álbum de estreia “Canção Ao Lado” (acabo de editar), brinca com as idiossincrasias lusitanas.
No site da produtora Divano, verificamos também que a música circular e de transe congolesa e de likembés electrificados dos Konono nº1 (que afinal não vão ao Mestiço do Porto) marca presença no último dia do Med (29 de Junho). O grupo que inaugurou a expressão «congotronics» actua também a 8 de Junho no Porto, nas 48 horas non stop de Serralves e a 2 de Agosto em Lisboa, no CCB.