O Festival Musidanças, que começa quinta-feira no Seixal, promete este ano abrir espaço à mais recente música portuguesa que é influenciada pela cultura lusófona, disse o programador, Firmino Pascoal, à agência Lusa.
De quinta-feira a sábado, nas instalações dos Tocá Rufar, no Seixal, a oitava edição do Musidanças – Festival de Artes do Mundo Lusófono propõe quase uma vintena de artistas, a maioria novos talentos da música portuguesa.
“A montra, a primeira imagem, serão grupos mestiços, grupos de fusão residentes aqui em Portugal que apresentam na sua música características de mistura com as músicas dos países de expressão lusófona”, explicou Firmino Pascoal.
Segundo o programador, o festival pretende atrair novos públicos e divulgar música tradicional, sobretudo de inspiração africana.
Ao longo dos três dias haverá uma grande diversidade de sons, do reggae ao hip hop, da morna ao soul, atestada por novos projectos como a rapper Dama Bete, os Babooza, originários de Beja, os Kaja Bucalho, de Setúbal, ou os Bandoodjah, do Algarve.
Em cada uma das noites haverá um cabeça-de-cartaz representante da “world music lusófona”, explicou Firmino Pascoal: “Mingo Rangel, de Moçambique, Guto Pires, da Guiné, e Lindú Mona, de Angola. A sua música é mais carregada de motivos de origem, embora já alterados e misturados com o facto de estes artistas residirem na Europa, mas há uma grande preocupação em transportar os sons, a cultura, a cor da música dos países de onde são originários”.
O guitarrista e cantor Mingo Rangel, que actua na quinta-feira, nasceu em Moçambique, mas trabalha há vários anos com artistas portugueses e com a Grand Union Orchestra, sediada em Londres. Foi ainda um dos fundadores do grupo Aqua d’íris e dos Canela.
Já Guto Pires, cujo concerto está marcado para sexta-feira, está em Portugal desde os anos 1970, mas o seu trabalho como cantor tem sido dedicado sobretudo à divulgação da música tradicional da Guiné-Bissau, onde nasceu.
O luso-angolano Lindú Mona é o cabeça-de-cartaz de sábado, num concerto onde mostrará o trabalho de pesquisa da música e dança africanas, com recursos a instrumentos tradicionais.
Nos oito anos de Musidanças, Firmino Pascoal verificou um crescimento nesta área da música portuguesa, que tem contribuído para uma maior riqueza e diversidade no panorama nacional.
“Há um aumento, e é enorme, das possibilidades de música que estão a aparecer em Portugal, de grupos de fusão, alguns portugueses já nascidos cá, mas cujos pais são originários desses países. A sua música ressalta isso.Quando nos apercebemos, temos alguma coisa que nos sabe a fado mas também sabe a morna, um chorinho do brasil que sabe a um baile mandado”, comentou.
Na edição deste ano estão ainda em destaque os espectáculos de dança com Batuque Finka Pé, Balet Brasil e Wonderfull´s Kova M.
Fonte: Lusa
Programa Completo
6 Novembro
17:00H – Construção de Blogs – Sapo Portal
19:00H – Percussão Trad Portuguesa – Toca a Rufar
20:00H – Palestra – Amnistia Internacional
21:00H – Mingo Rangel (cantautor)
21:15H – Batuque Finka Pé (dança)
22:00H – Supa ( rap)
23:00H – Bandoodjah (reggae brasil)
24:00H – Katharsis (música do mundo)
01:00H – Chaparro & Banda (reggae)
7 Novembro
15:00H – Estória A Selva da Amizade – Ritta Tristany
17:00H – Palestra – GAS´África
19:00H – Lançamento Revista Nova Águia – M.I.L
20:00H – Palestra – SOS Racismo
21:00H – Guto Pires (cantautor)
21:15H – Balet Brasil (dança)
22:00H – Baboza (afro music)
23:00H – Zuul Nation (musical soul)
24:00H – Black Bombain (música do mundo)
01:00H – Dama Bete (hip hop)
8 Novembro
15:00H – Workshop – A Permacultura Urbana
17:00H – Palestra – Expressão Transpessoal
19:00H – Performance – Elementos em Movimento
20:00H – Percussão Trad. Portuguesa
21:00H – Lindu Mona (cantautor)
21:15H – Wonderfull´s Kova M. (dança)
22:00H – Atma (fusão)
23:00H – Kaja Bucalho (tradicional exp.)
24:00H – Mundo Complexo (hip hop)
01:00H – Manif3stos(hip hop reggae)
Portuguese