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Prémio José Afonso não é atribuído em 2006

O Prémio José Afonso que distingue desde 1988 uma obra de reconhecida qualidade, não será atribuída este ano. De acordo com notícia veiculada pela Lusa, o júri constituído por António Moreira, vereador da Cultura da Câmara Municipal da Amadora, a pianista Olga Prats, o jornalista Carlos Pinto Coelho, o presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, Manuel Freire, e o maestro António Vitorino de Almeida, decidiu não atribuir o Prémio José Afonso de 2006 a nenhuma obra a concurso, “por não ter encontrado mérito consonante com o prestígio do Prémio”. É caso para dizer: “- volta Júlio Murraças, estás perdoado!”

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12 Comments

  1. Olá Luís!

    Resta saber quais eram as obras admitidas a concurso… Fora de piada: é uma pena enorme que isto aconteça numa altura em que a indústria discográfica em Portugal (e não só) sofre uma crise sem precedentes (e não estou a falar de multinacionais, editoras independentes ou edições de autor, estou a falar de todos…) e em que a criação musical é cada vez mais um exercício de coragem, preserverança e até de alta tecnologia financeira, a juntar ao talento, à criatividade e ao bom-gosto (quando os há, claro) é estranhíssimo que não haja um disco português, um que seja e de várias áreas (tradicional, folk, popular, fado, etc, etc…) que não mereça o Prémio José Afonso. É que, em alturas de crise, qualquer «ninharia» que dê visibilidade ao trabalho dos músicos portugueses é bem-vinda… Mas, que raio, que discos é que eles ouviram, se é que ouviram????

    Abraços

  2. Meus amigos,

    É precisamente disso que estamos a falar, de alturas de crise!… Financeira, mental, política… Até na AJA há crise. Também não acredito que, num ano tão rico em bons discos de música portuguesa (e estou a lembrar-me apenas de 3 ou 4, só na área “tradicional”!), o júri não encontre UM que entre dentro dos parâmetros de qualidade que tanto apregoa. Ora bolas, então só devem ter concorrido maquetas! Ou algo se passa por detrás dessa decisão, que me pareçe o mais óbvio, ou os parâmetros utilizados são idênticos aos que o governo quer utilizar para avaliar o “desempenho” dos funcionários públicos…

    Mas, como diria um amigo meu, “tudo é possível no reino da associação que se deu ao luxo de desperdiçar um evento como as Cantigas do Maio, por mera birra!”…

    Abraços,

    MP

  3. Bom, pelo comunicado à imprensa que o Attambur teve acesso e que foi publicado na sua secção de críticas, “Os álbuns candidatos, apresentados pelas respectivas editoras, foram: ” Apontamento” de Margarida Pinto, “Mulheres” das Vozes da Rádio, “Amores Imperfei tos” de Viviane, “Éramos Assim” de Boite Zuleika, “Groovin’on monster`s eye-ball s” dos Hands on Approach, “Cacus” de José Peixoto e Carlos Zíngaro, “Coisas Simp les” de María León, “Almadrava” dos Marenostrum e “Cantes d’Além Tejo” de Franci sco Naia.”

    Alguns destes nomes não são representativos do lote habitual de discos que anualmente ia a concurso. Ou seja, o comunicado dá a entender que o júri se limitou a atribuir o prémio entre o reduzido número de obras que as várias editoras enviaram para a Câmara.

    Em anos anteriores (em que o Júlio Murraças agora reformado era o principal dinamizador deste certame) havia sempre um lote mais ou menos homogéneo de candidatos que eram na maior parte dos casos um conjunto de seis ou sete discos em que a maior parte figurava de caras nas listas dos 10 melhores de cada ano. Agora parece que que o critério mudou: limita-se a ser o do lote dos discos enviados pelas editoras.

    Ao que parece, por azar, houve muita mas muita coisa boa editada em 2005 (o ano de lançamento dos discos que foram a concurso em 2006) que não foi enviada para a CM da Amadora: Galandum Galundaina – “Modas I Anzonas”, Cristina Branco – “Ulisses”, Mandrágora, Bernardo Sassetti, Carlos Bica, Chuchurumel – “No castelo de chuchurumel”, só para citar alguns exemplos.

    Para mim, o disco de Galandum Galundaina merecia de caras o prémio. Como também “Ulisses” da Cristina Branco o merecia, ou mesmo o disco de Mandrágora (se bem que este talvez seja demasiado arrojado para os critérios do júri.

    MP, a Associação José Afonso nunca teve nada a ver com este prémio. Qualquer Câmara é livre de criar um prémio José Afonso, Carlos Paredes, etc etc etc. A CM de Almada também acaba de lançar o seu prémio para estimular a criatividade em várias áreas, em memória de Zeca.

    Relativamente ao Cantigas do Maio, foi de facto muito mau a forma como o festival (o melhor da altura) acabou. Mas quem nos garante a nós que passado um ano ou dois não teria o mesmo fim. As Câmaras estão sem dinheiro.

    A AJA acabou de inaugurar a sua sede em Setúbal. No início do ano falava-se num mini-festival para 2007 em memória de Zeca Afonso, mas isso não deverá acontecer a menos que a associação arranje um mecenas (e onde é que eles estão?).

    abraços

    LR

  4. Das editoras, dos músicos e dos “bookers” dos músicos… a menos que considerem que este prémio (em termos monetários e de prestígio) não lhes faz falta nenhuma. Mas também é do júri, que deveria de ter a obrigação moral de conhecer todos os discos editados em 2005.

  5. No caso do prémio carlos paredes havia um regulamento disponivel no site da camara: sabia-se quando mandar, quantos cds, que mais material era preciso, ao cuidado de quem, etc.

    No josé afonso, não há informação disponível. O que certamente levou os grupos a pensar que o juri é que tratava de se informar, como os jornalistas quando elegem os melhores do ano

    Agora diz-se que as editoras foram convidadas por escrito (devem ter sido só as maiores)

    não quero com isto desculpar o descuido dos mandrágora e da editora. Claro que podíamos ter ligado para lá a saber como funcionava. Talvez porque achássemos que por fazer música instrumental não tínhamos hipótese de ganhar… descuida-mo-nos, é verdade

  6. A meu ver, e tendo presente que o que se pretende destacar é um trabalho discográfico editado no ano anterior ao da atribuição do Prémio.
    Para concorrer, é necessário que o resultado final seja um trabalho que tenha como referência a História e Cultura portuguesas, tal como a obra do autor de “Grandola”.
    assim sendo, penso ser de considerar também os últimos trabalhos (de 2005, naturalmente) de :
    Cristina Branco
    Fernando Tordo
    Filarmónica Gil
    Kátia Guerreiro
    Joana Amendoeira
    Madredeus
    Mariza
    Mafalda Arnauth
    Teresa Salgueiro
    A finalizar direi apenas que o problema não está no Júri, mas sim na alteração que foi feita ao Regulamento: passou – se da situação de haver quem elaborasse ao longo do ano uma lista dos trabalhos a submeter ao Júri do PJA, para uma que se resume a solicitar às editoras (a todas?) para que enviem os trabalhos que considerarem pertinentes …
    Constata-se que havia muito por onde escolher.
    VIVÓ ZECA E VENHAM SEMPRE MAIS CINCO PORQUE CADA VEZ É MAIS PRECISO AVISAR A MALTA!

  7. De qualquer forma, é um desprestígio para o júri, afirmar que “não há qualidade musical nas obras concorrentes.” E uma falta de respeito para com os concorrentes. Se, de facto, estamos a falar de pessoas como as que concorriam à liderança da SPA… muito mal estão os autores em Portugal!…

    As minhas desculpas à AJA, pela confusão, que foi minha… o que não invalida o que disse sobre as Cantigas do Maio. Mas adiante, que as verdadeiras razões para a não-atribuição deste prémio já tu as disseste, Luís. Basicamente, “não há guito!” Mas como parece mal afirmar isso publicamente, é mais fácil culpar a qualidade dos músicos!

    Como diz o Jorge Palma: “Ai Portugal, Portugal, de que é que estás à espera?…”

    Cumprimentos e parabéns pela iniciativa.

    MP

  8. Não querendo fugir ao assunto pergunto: para quando a criação do prémio Carlos Paredes? Melhor, há algum prémio que incentive e promova os criadores e “performers” de guitarra portuguesa?

    Se não há, devia haver.

    SB

  9. Olá Miguel,

    sinceramente, já não sei se é falta de guito, ou falta de competência da CM da Amadora. Não é por uns 5000 euros + cachet para a banda posteriormente ir tocar aos Recreios da Amadora que o município fica mais pobre. Gasta-se muito mais dinheiro com qualquer proposta mais pop, num dia de festa. E este certame, apesar de honrar artistas, sempre trouxe benefícios de imagem à camara, como o cantigas do maio ao seixal e como o FMM agora a Sines.

    SB, já existe um prémio Carlos Paredes que é organizado pela CM Vila Franca de Xira e que premeia obras instrumentais. Os últimos vencedores foram Mandrágora e Bernardo Sassetti.

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