Hoje e amanhã, Lisboa e Espinho dão as boas vindas ao regressado Daniel Melingo. A alma maldita da renovação do tango.
Pode o tango relacionar-se com o punk nova-iorquino? Pode. Daniel Melingo, cantor, compositor e performer argentino que se faz acompanhar pelos Los Ramones del Tango, serve-nos hoje em Lisboa (Cinema São jorge) e amanhã em Espinho (Auditório local) um prato a transbordar de “Maldito Tango”. Música de portos marítimos (à semelhança da rembetika grega ou do fado), infectada pelo calão de Buenos Aires, o lunfardo, e tocada por vidas errantes de marginais, drogados e prostitutas. A revista britânica Songlines de músicas globais refere que “a voz de Melingo parece estar preservada em álcool e lembra Charles Aznavour e Serge Gainsbourg”. Mas falar só na componente musical em Daniel Melingo é muito redutor. Além de dono de uma voz profunda e cavernosa (nos antípodas do seu amigo Cristobal Repetto com quem já colaborou) este argentino é, sobretudo, um exímio performer que revolve as vísceras do tango. Obrigatório.
Formação:
Daniel Melingo (Voz, Clarinete, Guitarra) | Rudi Flores (Guitarra) | Nini Flores (Bandoneon) | Romain Tassinari (Contrabaixo) | Rodrigo Guerra (Banjo, Trombone, “Scie Musicale”)
Reportório:
En um bondi color humo | Julepe en la tierra | A lo Magdalena | Se igual | Fabriquera | Lusito | Cha digo! | Pequeño Paria | Montmartre de hoy | Cuando la tarde se inclina | Eco il Mondo
Imperdível!
Olá Luís,
É de facto imperdível a performance do Melingo. Parabéns pela d’Orfeu ter sido a primeira associação a trazê-lo a Portugal.