Especial, Festivais

Babylon Circus na 4ª edição do Mestiço

BABYLONN CIRCUSVirginia Rodrigues com Nana Vasconcelos, Babylon Circus e Konono nº1 estão de regresso ao nosso país para participar na quarta edição do Mestiço que se realiza em vários espaços da Casa da Música no Porto, entre os dias 2 e 5 de Julho.

A Casa da Música no Porto apresenta, entre os dias 2 e 5 de Julho, a 4ª edição do Festival Mestiço que, de acordo com a organização, «percorre geografias e géneros bem diferentes, dando a ouvir alguns dos grandes fenómenos da world music da actualidade, incluindo as sempre inovadoras mestiçagens entre tradições ancestrais e tendências contemporâneas de géneros como o hip hop, a electrónica ou o rock.»

Nesta edição saudam-se (quinta-feira, dia 2 de Julho) os regressos do percussionista Naná Vasconcelos acompanhado da expressiva voz de Virgínia Rodrigues, que partilham o palco Suggia com JP Simões.

Sexta-feira, dia 3 de Julho, a praça recebe a big band Orquestra Imperial e o combo ska circence francês Babylon Circus que editaram recentemente o seu quarto álbum “La Belle Étoile”.

Sábado, dia 4 de Julho, a mesma praça volta a receber sonoridades made in Brasil: o reggae dos Natiruts, o baile funk da Comunidade Nin Jitsu e o ragga de Dainne Nascimento, aka Lei Di Dai.

Domingo,dia 5 de Julho, o Mestiço volta ao interior da Casa da Música (agora na Sala 2) para entrar em transe com os congoleses Konono nº1 e dançar ao som do kuduro de Bruno_M e de pérolas da música angolana trazidas pelo projecto Batida.

O passaporte para os quatro dias de Mestiço custa 30€, os bilhetes para cada dia variam entre os 15€ (primeira noite) e 10€ (restantes noites).


Programa integral:

Quinta | 2 Julho 2009
22:00, Sala Suggia
Naná Vasconcelos e Virginia Rodrigues | JP Simões

NANÁ VASCONCELOS | VIRGINA RODRIGUES

“Um encontro espiritual” – é assim que Virgínia Rodrigues descreve o que acontece em palco ao lado de Naná Vasconcelos. Com um potencial Quem cedo reparou no potencial da cantora foi Caetano Veloso.

Com uma carreira que é tudo menos previsível, a baiana lançou já quatro álbuns que tanto se voltam para os afro-sambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes, como para clássicos de Tom Jobim ou Chico Buarque ou ainda para a música dos blocos afro do Carnaval da Bahia. O resultado é uma voz expressiva e cristalina que surpreendeu o veterano Naná Vasconcelos: “Eu sempre admirei a Virgínia desde o surgimento dela. Ela me mostrou de uma certa forma todo o lirismo africano existente no afrobrasileiro e sempre tive uma grande vontade de fazer um trabalho com ela.”

Depois de se apresentar na abertura do Carnaval do Recife em 2006, o duo inicia uma colaboração que agora chega à Casa da Música. Um regresso ao nosso país que o percussionista antecipa com grande expectativa: “Eu adoro mostrar um pouco do meu trabalho em Portugal. Sei que há um movimento muito grande da percussão portuguesa, como o projecto do Rui Júnior chamado Tocá Rufar. Em 2008 participei no Festival Portugal a Rufar organizado pelo projecto.”

Naná Vasconcelos voz e percussões
Virgínia Rodrigues voz
Lui Coimbra violoncelo, voz e guitarras
Alex Mesquita guitarra acústica

JP SIMÕES

Dos Pop Dell’Arte aos Belle Chase Hotel, sem esquecer o Quinteto Tati, JP Simões já deu provas do seu talento como músico e compositor de canções/fábulas em português. Em 2007 estreia-se em nome próprio com 1970, considerado por muitos a sua obra-prima. Com influências de Chico Buarque, Tom Waits, Tom Jobim, João Gilberto, David Bowie e Sérgio Godinho, 1970 ocupou durante três semanas o Top 30 dos álbuns mais vendidos em Portugal. O convite para a Casa da Música surge no seguimento da edição do seu segundo trabalho a solo, Boato. Gravado ao vivo em Novembro passado nos Jardins de Inverno do Teatro S. Luiz, em Lisboa, este disco conta com 12 temas originais e ainda algumas canções dos Belle Chase Hotel, do espectáculo Ópera do Falhado e do Quinteto Tati. Para a Casa da Música fica prometido um concerto festivo.

Sexta | 3 Julho 2009
22:30, Praça
Babylon Circus | Orquestra Imperial

BABYLON CIRCUS
David, vocalista dos Babylon Circus, antecipa estreia no Porto de La Belle Étoile
“A HUMILDADE AJUDA-NOS A VIVERMOS COM NÓS PRÓPRIOS”

Os Babylon Circus estão de volta. No regresso a Portugal, o grupo francês traz o quarto álbum de originais, em mais de 10 anos de carreira e depois de cerca de mil concertos, em 30 países diferentes. Ao longo deste percurso têm sido sempre notícia, por onde quer que passem, mas nem sempre pelos melhores motivos.
Ska, punk, reggae, rock, swing e música cigana, com um toque circense e com uma mensagem bastante positiva po base é o que vamos ter oportunidade de ouvir. Divertidos, críticos, bem-humorados e festivos, os Babylon Circus estreiam-se nos palcos do Porto e apresentam pela primeira vez no nosso país La Belle Étoile.

ORQUESTRA IMPERIAL
O super grupo brasileiro apresenta álbum de estreia, Carnaval Só No Ano Que Vem
ORQUESTRAL IMPERIAL ANTECIPA O CARNAVAL

Antes da big band francesa, a big band brasileira. Quatro anos depois de se terem estreado internacionalmente no Festival do Sudoeste, a Orquestra Imperial regressa ao nosso país com o primeiro álbum Carnaval Só No Ano Que Vem (2007).
Formado em 2002 com o intuito de criar uma orquestra de gafieira [local onde, tradicionalmente, as classes mais humildes praticavam danças de salão], baseada num repertório variado, com boleros, temas dos anos 60 e clássicos da cultura de salão, o grupo nasceu da reunião de músicos da vanguarda da cena musical carioca. Lá encontramos Rodrigo Amarante (Los Hermanos); Moreno Veloso, Domenico e Kassin (do projecto +2); Nina Becker (estilista); Thalma de Freitas (actriz da Globo) e Rubinho Jacobina (irmão de Nelson Jacobina, parceiro de Jorge Mautner), a quem se juntaram Wilson das Neves (compositor dos Império Serrano, cantor de samba e baterista). No Brasil, a Orquestra Imperial goza de grande popularidade e os “Bailes Pré-Carnavalescos”, nos verões cariocas, são já dos momentos mais aguardados das multidões que querem ouvir marchinhas e afins, com muito funk-carioca à mistura.

Sábado | 4 Julho 2009
22:30, Praça
Natiruts | Comunidade Nin Jitsu | Lei Di Dai

NATIRUTS
Bastam cinco minutos ligados à Internet para percebermos o alcance dos Natiruts no Brasil. Em qualquer vídeo ao vivo vêem-se milhares de pessoas a cantar, em uníssono, as músicas da banda brasileira, em ambiente de festa e confraternização. Um fenómeno com cada vez mais seguidores em todo o mundo, com ideais bem definidos e um “reggae roots brasileiro” cada vez mais enraizado.
As reacções à primeira demo do grupo superaram todas as expectativas e dão-lhes reconhecimento na cidade então conhecida como “capital do rock”. Com as atenções viradas para o grupo, um dos melhores estúdios de gravação abriu as portas ao reggae e gravou o álbum de estreia dos Natiruts, Nativus (1997), um disco que, indiscutivelmente, marcou a sua geração, com vendas superiores a 450 mil exemplares. No regresso a Portugal, cada vez mais receptivo ao reggae, os Natiruts apresentam na Casa da Música um espectáculo novo dedicado aos fãs

COMUNIDADE NIN-JITSU
Conhecidos como os “ninjas mais chalaças do Brasil”, a Comunidade Nin-Jitsu (CNJ) estreia-se em Portugal e, curiosamente, fora do país de origem, a convite da Casa da Música. Autores de uma das misturas musicais mais explosivas – baile funk com rock – são um fenómeno de sucesso no Brasil com mais de 100 mil cópias vendidas dos cinco álbuns já editados. Juntos desde 1995 e habituados a brincar com as suas próprias gírias, misturaram rock com funk, hip hop, hard rock e electro. Com inúmeros singles a passarem na rádio, a CNJ tem acompanhado a evolução dos tempos e conquistado cada vez mais um lugar na cena brasileira. Mas o papel deste grupo não se limita à música. O vocalista, Mano Changes, é deputado estadual no Rio Grade do Sul e tem mudado a atenção que se dá à Educação no Brasil. No Brasil, o trabalho da CNJ é reconhecido. Todos sabem o refrão de Detetive e cantam “tive, tive, detetive/ meu pai é detetive” efusivamente. Por cá, o concerto na Casa da Música vai ser bastante revelador. Uma banda repleta de sentido de humor, ironia, sacanagem e sem papas na língua.

LEI DI DAI
Coroada como Rainha do DanceHall – vertente dançante do reggae mais conhecido como Ragga – Dainne Nascimento, aka Lei Di Dai, vem à Casa da Música apresentar o seu álbum de estreia Alfa e Ômega ao lado de diversos soundsystems e da banda que a acompanha na estrada, QG Imperial. Oriunda da Vila Ré, na zona Leste de São Paulo, Lei Di Dai apresenta-se “dentro das estatísticas da Babilónia: Sou preta, pobre e desempregada”. Certa de que nunca vai ceder às pressões do mundo das celebridades, “que exige pesos e medidas certinhas e formas de violão”, aos 31 anos Lei Di Dai afirmou, à Rolling Stone Brasil: “Eu me adoro! Tenho mó presença, onde chego tudo pára”. Cantora e compositora, cresceu rodeada de samba e reggae e a sua mensagem é simples, com inspiração vinda da realidade da periferia (“o salário mínimo é a máxima pressão”) e de artistas jamaicanos. Lei Di Dai acredita que o reggae é a libertação, harmonia e amor, e acredita no poder transformador da música. Estreou-se a solo, em 2008, com Alfa e Ómega, que teremos oportunidade de ouvir na Casa da Música.


Domingo | 5 Julho 2009
22:00, Sala 2
Konono Nº 1 | Bruno M | Batida

KONONO Nº1
O projecto Konono N°1 foi fundado há 25 anos por Mawangu Mingiedi, um virtuoso do likembe (aka sanza ou piano de polegar), que quando chegou a Kinshasa, vindo de Bazombo – que fica na fronteira com Angola -, quis continuar a fazer a música de transe em homenagem aos seus antepassados e em nome dos muitos emigrantes que chegavam à metrópole. O resultado é uma sonoridade inquestionavelmente africana, no ritmo e nas texturas, mas muito próxima da electrónica Ocidental. Algo muito tradicional que nos remonta às experiências de John Cale, entre o punk e a música de dança. Não se chama a esta música transe sem motivo. Quando ouvida com o volume alto, como é suposto, é capaz de nos transportar para outra esfera. Quatro anos depois de se ter estreado em Portugal, o projecto da República Democrática do Congo regressa. Na bagagem trazem uma cultura, uma sonoridade que os tem distinguido no mundo da world music graças ao sistema de amplificação que usam há 30 anos e que lhes valeu o conceituado prémio da BBC em 2006, na categoria de Novos Talentos.
O trabalho que têm vindo a desenvolver e o alcance da sua música fez com que Matthew Herbert e John McEntire (Tortoise) se oferecessem para remisturar temas seus e que fossem convidados a participar no single de apresentação do álbum Volta de Björk.

BRUNO_M
Aos 24 anos, o kudurista angolano é já um exemplo para os mais jovens
BRUNO_M E O KUDURO “ELECTRÓNICO E DANÇANTE QUE CONTAGIA E VIRA MANIA”

À África do Sul e ao Brasil segue-se Portugal no percurso de Wilson Diogo de Amaral (aka Bruno_M, de Mágico). Para a Casa da Música, o kudurista angolano traz na bagagem o álbum de estreia, Batida Unika, que o deu a conhecer em 2004 e o celebrizou quatro anos depois. Estudante na Faculdade de Direito da Universidade Independente de Angola e a fazer um curso de jornalismo profissional, Bruno_M tem a música como um hobbie que o ajuda a pagar os estudos. Mas a relevância do seu testemunho desperta cada vez mais atenções no mundo. Vida, amor, paz, patriotismo, educação moral e cívica são algumas das mensagens que podemos ouvir nas músicas de Batida Unika, “um projecto que tem como objectivo resgatar os jovens com dificuldades sociais, mas que querem trabalhar em prol da sociedade”. Pronto para se mostrar ao mundo, Bruno_M traz para a Casa da Música “um estilo musical jovem, electrónico e dançante que contagia e vira mania”. Numa noite que mistura, no mesmo palco, uma banda da República Democrática do Congo, uma do Brasil e de Angola, mais mestiço seria difícil!

BATIDA
Portugueses e angolanos partilham o palco
BATIDA E OS TESOUROS RECUPERADOS DA MÚSICA ANGOLANA

Desafiados a remexerem no arquivo histórico da editora Valentim de Carvalho de Luanda, os elementos do projecto Batida recuperaram sonoridades dos anos 60 e 70, sem nostalgia mas com respeito, prestando um tributo aos seus autores originais. O trabalho, dado o prazo apertado, foi dividido entre Lisboa e Luanda. Aqui, o DJ Mpula escolheu os sons a recuperar e passou a Beat Laden para serem misturados no estúdio Ground Zero, em Chelas. Mais tarde, chamaram Ikonoklasta – o poeta da Família e membro do Conjunto Ngonguenha e Sacerdote – para escrever, e o primo Roda, de Luanda, para transformar os sons em desenhos para a capa do disco. Na Casa da Música, o projecto Batida vai apresentar o disco Dance Mwangolé, repleto de tesouros da música angolana, com beats pensados para pôr todos a dançar. Refira-se que “Dance Mwangolé” foi um termo usado pelo Sbem – um dos pioneiros essenciais do Kuduro – para descrever tudo o que seja Techno feito por um Mwangolé (Angolano).

fonte: Casa da Música

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