Concertos, Novas Edições

Danças Ocultas levam «êxtase africano» ao São Luíz

Danças Ocultas

O quarteto de concertinas apresenta hoje ao vivo o novo disco “Tarab”, no Jardim de Inverno do Teatro São Luíz em Lisboa, pelas 18h30. Na próxima semana, dia 9, efectuam um showcase na Fnac de Coimbra.

Depois da experiência de convidar outros músicos e de colocar vozes nas composições dos Danças Ocultas, o quarteto de concertinas de Águeda regressou ao formato instrumental, sem quaisquer convidados. Como é possível ler no comunicado da própria banda, o ” conceito ‘tarab’, usado no Norte de África, assenta na ideia de um nível superior de consciência colectiva atingido numa performance, partilhado entre artista e público.” Em entrevista dada a este espaço há um ano atrás, após o espectáculo de Porto Côvo na X edição do FMM de Sines, altura em que os Danças Ocultas se encontravam em pleno processo de composição de “Tarab”, Artur Fernandes dizia-nos o seguinte:

«No “Pulsar” houve uma clara aposta dentro do grupo de provar que este é um projecto muito alternativo, mas a música que fazemos permite juntar um bandolim, uma voz, um clarinente, um contrabaixo. Foi uma tentativa de demonstrar o cosmopolitismo da nossa música. Tendo ficado isso provado, pensamos nós, não sentimos necessidade de voltar a repetir fórmulas. Por outro lado, durante os últimos dois anos, começámos a fazer, em termos de estratégia de ensaio, aquecimentos em que pegávamos num ritmo fixo e íamos improvisando. Ou, por exemplo, íamos improvisando por cima de um único acorde sempre constante. Este processo, lenta e gradualmente e sem darmos por isso, começou a levar-nos para uma estética muito próxima do que é a música africana: a de encontrar o êxtase pela repetição. Isto foi-nos moldando para um repertório que está aí a vir e que hoje já apresentámos algumas coisas, que é precisamente a obstinação de determinados elementos. Começámos a perceber que esse tipo de estética não precisava de músicos convidados. Lenta e gradualmente, chegámos aqui. São das tais coisas que nunca notamos no momento das viragens. Só mais à frente, olhando para trás, é que notamos que isto está a acontecer. Sentimos que era um caminho interessante. Começámos a testar estas músicas em concertos e começámos a verificar que mais facilmente as pessoas entravam no «filme», na «viagem». Inclusivamente, descobrimos uma palavra árabe que quer dizer a elevação espiritual com que o público fica quando assiste a um espectáculo, a uma recitação poética: tarab. Que é também o nome de um dos discos do Rabih Abou-Khalil. Sentimos que, com este tipo de abordagem estética pela repetição, mais facilmente levamos as pessoas connosco, na nossa viagem.»

O alinhamento de “Tarab” é o seguinte: Héptimo “O Diabo Tocador”, “Luz Azul”, “Fábula”, “Rumor”, “Tarab”, “Pulsão”, “Abrigo”, “Esse Olhar”, “Aragem”

Os bilhetes para o espectáculo de 3 de Outubro (às 18h30), no Jardim de Inverno do Teatro São Luíz em Lisboa, custam 10€ e podem ser adquiridos nas bilheteiras do próprio teatro.

Interpretação Artur Fernandes, Filipe Ricardo, Filipe Cal, Francisco Miguel

Produção Artshare, em co-apresentação com o SLTM

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