BRIGADA V�TOR JARA
Na antevis�o, dizia-se que apesar do rigor, eleg�ncia e seriedade, a Brigada V�tor Jara dificilmente conseguiria apresentar arranjos arrojados do cancioneiro nacional. Pois enganei-me redondamente. Com a responsabilidade de abrir o festival e perante uma plateia despida de p�blico (no primeiro dia), a Brigada deu provavelmente o melhor concerto que me recordo de ter visto deste colectivo. Arriscaram e trouxeram o sexteto Tom�s Pimentel, com quem estavam a trabalhar h� cerca de cinco dias, para o seu novo discon que, pelo que aqui foi revelado, promete. Se o colectivo da Brigada j� � enorme, imagine-se mais uma meia d�zia de m�sicos em cima do palco. Uma verdadeira big band de cerca de 20 elementos que, apesar de n�o ter solistas, foi trabalhando o legado de mais de tr�s d�cadas de can��es com o requinte de um joalheiro habituado a manusear pe�as de filigrana, ora atrav�s de arranjos jazz�sticos subtis que davam uma vis�o tridimensional ao legado popular, eficazmente acompanhado pelo pianista de servi�o (que borrava um pouco o quadro quando optava pelos tapetes ambientais do sintetizador), ora em registos contidos de fanfarra. Um regalo para os ouvidos. Manuel Rocha, o porta-voz do grupo manteve a sua postura de excelente mestre de cerim�nias, quer apresentando com � vontade os temas que se iam sucedendo, quer borrifando a assist�ncia com um certo humor mordaz, ao explicar a g�nese do nome da banda, afirmando que tinham optado pelo lado dos �maus�, j� que na outra trincheira estava o General Pinochet. Ainda sobre a situa��o cr�tica que se vive actualmente, Manuel Rocha afirmava ter um certo receio �de plantar um campo de trigo nas Lajes, pois temia ser v�tima de danos colaterais�. Mais do que pertencer a determinado eixo, a Brigada fez quest�o de frisar que pertence a �meio qualquer coisa�.