Amélia Muge é uma pessoa demasiado à frente do nosso tempo e tem pago por isso. Algumas das letras das canções que cria acabam por ter maior exposição mediática do que os sucessivos projectos musicais que tem apresentado ao longo destes vinte cinco anos de carreira multidisciplinar em que a poesia se cruza com a música, o teatro, as artes plásticas e o vídeo.
A revisão destas duas décadas e meia é um brevíssimo «polaroid» que retrata apenas um entre muitos outros momentos que também poderiam ser fotografados. Em “Uma Autora, 202 Canções” Amélia Muge apresenta-nos sob a forma de disco-livro (repleto de belíssimas ilustrações da sua filha Cristiana Serejo) novas leituras de antigos temas re-arranjados, agora com a cumplicidade de Filipe Raposo. Canções escritas inicialmente para outras vozes (Mísia, Mafalda Arnauth) e também composições originais.
É neste contexto de genialidade, ousadia e risco permanente que Amélia Muge revê a sua obra enquanto prolífica escritora da canções e intérprete e reflecte sobre o contexto actual dos média e do mundo dos espectáculos cada vez mais fechado a um considerável número de projectos de músicos portugueses (ou residentes em Portugal).
Rádio Zero – Segunda a Sexta-feira, entre as 18h às 19h. Repete no dia seguinte entre as 8h e as 9h da manhã.
Rádio Universitária do Minho – Terças-feiras, às 21h
Miróbriga – Domingos, entre as 21h e as 23h
Que dupla maravilha: Amélia Muge e Filipe Raposo!
Em trio com o José Manuel David são ainda mais maravilhosos 🙂