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Nuru Kane apanha o “Number One Bus” para Lisboa Mistura

Nuru Kane

Nuru Kane
Nuru Kane

É uma mistura de sons, culturas tradicionais e urbanas, várias artes que confluem para um extenso laboratório de experimentação e miscigenação. Lisboa Mistura que se realiza entre os dias 3 e 5 de Dezembro no Teatro São Luiz, oferece-nos ares de uma capital que não é apenas e só a cidade do Fado. É uma Lisboa com fado, rock, hip hop, dub step, kuduro, gumbé, funaná, batuco, semba, marrabenta, afro beat, gnawa, blues africano, velha canção italiana, MPB adocicado com molho mirin e envolto em alga nori.

Destaques óbvio para o senegalês Nuru Kane que, há meia dúzia de anos, encantou o auditório vespertino da Av. da Praia do FMM de Sines. Regressa numa altura em que acabou de lançar o sucessor de “Sigil”: “Number One Bus”. Igualmente obrigatória a “plataforma” Lis-Nave «que este ano junta no mesmo palco a nova música portuguesa com a experiência dos Dead Combo & Bateria Siamesa dos Paus, Galandum Galundaina (prémio 2010 Megafone), Diabo na Cruz e as imagens de Tiago Pereira e António Jorge Gonçalves, até ao Void de Clara Andermatt», os Terrakota que estreiam o seu quarto disco “World Massala”, os sempre festivos cabo-verdianos Ferro Gaita ou o griot lisboeta cada vez mais internacional Kimi Djabaté.

Programa completo:

3 DEZ, SEXTA

BELLADONA, NAKED LADY DE TIAGO PEREIRA

FERRO GAITA

ANONIMA NUVOLARI

JARDIM DE INVERNO

ÀS 19H30

Classificação a definir

Belladona, naked lady é uma performance vídeo ao vivo do realizador e visualista Tiago Pereira, que funde religião, xamanismo e conceitos da medicina alternativa.

As descrições baseadas na Cultura Popular e na Botânica e as suas contradições com a Ciência e a Religião são colocadas em conjunto com narrativas musicais, com vista a alcançar novos focos de pensamento criativo, que fomentam a renovação do processo identitário actual.

Ferro Gaita é música tradicional de Cabo Verde
O Anonima Nuvolari junta músicos italianos a viver em Portugal, músicos de diferentes origens e diversas influências musicais, com o propósito comum de divulgar a herança musical italiana nos seus alegres e dinâmicos aspectos. O grupo é composto por 5 músicos (acordeão e voz, guitarra e voz, saxofone, contrabaixo, percussão); esta estrutura proporciona aos músicos uma grande liberdade de movimento, numa performance acústica que, em conjunto com o seu espírito boémio, resulta num ‘cabaret musical’, criando um ambiente amigável e relaxante. O repertório proposto pelos fratelli Nuvolari tem as suas raízes na música popular e consiste numa viagem através dos últimos 50 anos da canção italiana, tendo como referências Renato Carosone, Fred Buscaglione ou Adriano Celentano, e autores contemporâneos tais como Paolo Conte e Vinicio Capossela.

TERRAKOTA

SALA PRINCIPAL

ÀS 22H00

Terrakota celebrou este ano os seus 10 anos de carreira com a edição do seu quarto álbum, World Massala, editado dia 1 de Novembro 2010. Os ‘embaixadores’ do multiculturalismo em Portugal estreiam aqui o seu novo álbum com um concerto que promete ser uma viagem pelos ritmos mundiais, de Angola à India, passando por Cabo Verde e pela América Latina.

BORDELL

JARDIM DE INVERNO

ÀS 00H00

Numa época em que tudo se tornou reproduzível, Bordell propõe um concerto de improvisação experimental com apelo à dança ritual. As vozes dos feiticeiros de África encontram-se com os metais balcânicos e confrontam a electrónica Londrina com o fantasma de Miles Davis embalado no hipnótico bater dos tambores tribais.

4 DEZ, SÁBADO

ADRIANA MIKI

SALA PRINCIPAL

ÀS 17H00

Brasileira com ascendência japonesa, italiana e portuguesa, e radicada em Portugal há dez anos, a cantora e compositora Adriana Miki, apresenta em concerto o seu primeiro disco Sashimiki, onde o jazz se mistura com as suas raízes brasileiras.
NURU KANE

JARDIM DE INVERNO

ÀS 19H00

Compositor e cantor senegalês tocador de guembri marroquino (instrumento de cordas tradicional) vem apresentar, com o seu grupo, o seu mais recente disco Number One Bus. As actuações dinâmicas, estimulantes e cativantes caracterizam a sua sonoridade única e a fantástica presença em palco. Traz consigo a banda Bayefall Gnawa, onde se combinam vários instrumentos do oeste africano (kora, n’goni, calabasse e djambé) com intrumentos típicos do Norte de África e da música árabe, tais como o alaúde e cacabas. No centro desta envolvência sonora, representante dos ritmos gnawa trance, está o guimbri, o baixo acústico de três cordas tocado por Nuru. A parte vocal é assegurada por todos os elementos do grupo. Em 2006, este autor foi nomeado na categoria de Melhor Revelação de World Music pela BBC.

LIS-NAVE

SALA PRINCIPAL

ÀS 21H30

Projecto desenvolvido na génese do Lisboa Mistura que procura reunir em cada ano as últimas tendências da música urbana. Este ano, assistir-se-á a um encontro inédito de música e performance visual em tempo real: três grupos e dois performers vão ‘aterrar’ a ‘nave’ à frente dos nossos olhos para celebrar a música portuguesa a partir de novas perspectivas. São eles: Dead Combo e Baterias Siamesa dos PAUS, Diabo na Cruz e Galandum Galundaina. Os performers são António Jorge Gonçalves e Tiago Pereira.

Os Dead Combo convidam a dupla de bateria mais pesada e viva do panorama musical português. Joaquim Albergaria e Hélio Morais (Bateria  Siamesa dos PAUS) dois dos músicos mais respeitados da nossa praça que não deixam nada por meias medidas. Esta viagem é sem paragens e a passos largos directos à linha do horizonte onde se avista ao fundo uma negra tempestade.

Diabo na Cruz faz a ponte entre duas margens que viveram separadas durante mais de trinta anos: a da música moderna portuguesa e a da música popular portuguesa. Cinco músicos com temas que são do mais fresco e entusiasmante que se fez por cá nos últimos anos. Música popular ao ritmo de um bom rock pop. Os Diabo na Cruz recuaram ao tempo em que a música tradicional era rainha e juntaram-lhe a atitude do século XXI. Perdoaram o folclore português e apresentam-se com guitarras aceleradas e letras contagiantes. Há muito que a nossa música carece de um ‘tropicalismo’ que venha emancipar-nos e unir-nos, que junte o génio de José Afonso ao de António Variações, sem fronteiras. Virou!

Galandum Galundaina é composto por quatro elementos que dedicam parte da sua vida a recolher, estudar e divulgar nas mais diversa formas a música tradicional da pequena região do nordeste trasmontano. Tentam dar um toque de modernidade aos seus trabalhos, não descorando os ritmos e timbres dos instrumentos e vozes. Constroem a maior parte dos seus instrumentos, modificam e transformam outros que utilizam. Desta forma conseguem sonoridades e afinações que lhe conferem um estilo muito próprio. Foram os vencedores da 1ª edição dos prémios Megafone.

António Jorge Gonçalves nasceu e vive em Lisboa. É um desenhador polifacetado: a sua faceta autoral estende-se pela banda desenhada, o cartoon editorial, e as artes cénicas. Nos últimos anos, encontrou no Desenho Digital ao Vivo uma maneira de dar aos seus traços um carácter performativo. Integrou vários espectáculos em  Portugal, França, Alemanha, Japão e EUA com músicos, actores e bailarinos.

Tiago Pereira é realizador e visualista e desenvolveu desde cedo uma linguagem própria na documentação, recolha, mistura de som e imagem animada. Os seus filmes são de origem transdisciplinar e remetem para manifestações de cultura imaterial, como as canções, rituais e performances.

OCTA PUSH

JARDIM DE INVERNO

ÀS 23H30

Octa Push vivem em Portugal mas rodeados de recordações da Guiné- Bissau. Foi em Carcavelos que os irmãos Mushug e Dizzycutter apuraram a miscelânea sonora (que congrega o dubstep, o dancehall, o kuduro e o afro beat) que lhes deu entrada no cartaz de conceituados eventos como o Sónar (Barcelona), o Amsterdam Dance Event, e o Fabric.

Acabaram de lançar um excelente EP intitulado Baluba. Os Octa Push são sem qualquer dúvida uma poderosa máquina de fazer beats, tendo recolhido rasgados elogios de Thom Yorke dos Radiohead.

DJ DINIS

JARDIM DE INVERNO

ÀS 00H15

Música inglesa ‘pós-hard-core jungle’, drumn’bass, os clássicos e as referências (reggae, hip-hop, disco e funk).

5 DEZ, DOMINGO

VOID

COMPANHIA CLARA ANDERMATT

SALA PRINCIPAL

ÀS 17H30

M/6

Uma peça da Companhia Clara Andermatt sobre pessoas, feita de experiências e de saudade. Inspirada nas tristezas, nas dificuldades, nos benefícios e numa década de crescimento de dois cabo-verdianos em Portugal. Um universo coreográfico, teatral e musical muito pessoal, que nasce do diálogo real e constante de duas culturas no dia-a-dia de Lisboa.

FESTA INTERCULTURAL

JARDIM DE INVERNO

DAS 18H30 ÀS 20H00

Actuação de diversos grupos (alguns amadores, outros não) com origens tão diversas como a China, Índia, África, Portugal, América do Sul ou a Ucrânia.

KIMI DJABATÉ

SALA PRINCIPAL

ÀS 21H30

Desde o lançamento do seu último álbum Karam, editado pela prestigiada editora americana Cumbancha, Kimi Djabaté – guitarrista e balafonista – tem vindo a ser presenteado com excelentes críticas de toda a imprensa mundial, tendo também merecido posição destacada  na World Music Charts Europe, onde ocupou a 2º posição. Ao vivo apresenta um espectáculo que  presta homenagem ao povo, à alma e ao espírito de África.

CLUBE CONGUITO

JARDIM DE INVERNO

ÀS 23H30

Quando as danças europeias, as fanfarras balcânicas, o klezmer, o bhangra, o kuduro, o baile carioca, o dancehall ou o kwaito do DJ António Pires se encontram com a música africana vintage, a exótica latino-americana, o jazz, a soul, os blues, o afrobeat,  o funk e o hip-hop do DJ Rodrigo Madeira, isso é o… Clube Conguito!

OPA

DIA 4 ÀS 16H00, 18H00 E 20H00

DIA 5 ÀS 15H30

JARDIM DE INVERNO

O projecto OPA – Oficina Portátil de Artes – é apresentado pela segunda vez no Lisboa Mistura dirigindo-se a jovens dos bairros da Grande Lisboa que desenvolvem projectos performativos em grupo ou individualmente.

Numa mistura de culturas e de gerações, este ano o projecto OPA conta com a presença dos bairros Cova da Moura, Outurela-Portela, Quinta da Fonte e Vale da Amoreira com apresentações de música, teatro e dança.

O projecto OPA – Oficina Portátil de Artes –  é apoiado pela Fundação EDP.

Organização Associação Sons da Lusofonia

Co-produção SLTM/Associação Sons da Lusofonia

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