Discos

DISCOGRAFIA ESSENCIAL (15)
MERCEDES PE�N – “ISU�”

Mercedes Pe�n
Isu�
Resist�ncia / Sabotage

O mais interessante que a Galiza nos tem oferecido em termos de m�sica folk, sempre foi dominado pelo lado depurado de interpretar a rica tradi��o de mu�eiras, foliadas e alvoradas. Quer pelos Milladoiro que est�o para a m�sica galega como dos Chieftains est�o para a irlandesa – uma institui��o intoc�vel pelo extenso trabalho at� hoje produzido a quem se desculpa um �lbum menos conseguido – quer pelos Luar Na Lubre que imp�em uma perfei��o on�rica �s entranhas da pura tradi��o local, sem terem necessidade de correr riscos.
Demarcando-se do terreno pantanoso de um dos maiores aventureiros galegos – Carlos N��ez – cuja brilhante t�cnica de gaita de foles tem sido abafada pelo mau gosto das suas composi��es, Mercedes Pe�n assume-se como uma das principais estetas da revolu��o da folk do Norte de Espanha, ao lado dos excessivamente progressistas Berrog�etto. Mas Pe�n vai muito mais al�m do que a banda do brilhante instrumentista Anxo Pintos.
“Isu�”, o �lbum de estreia da cantora, compositora, gaiteira, pandeireteira, dan�arina e respons�vel por algumas recolhas de temas aqui inclu�dos, subverte a habitual rigidez de abordagem � m�sica galega de forma brilhante, tornando-se num leg�timo candidato ao estatuto de “Kaksi” ib�rico. Partindo de uma base assaz regional, na qual se pode escutar que o “Galego que non fala a l�ngua da sua terra non sabe o que tem de seu”, Mercedes Pe�n parte em busca do mundo que a rodeia: da conflu�ncia mel�dica ar�bico-mediterranico-balc�nica em “De Seu”, ao transe r�tmico tribalista e quente da �frica Negra e Mu�ulmana, �s abrasadoras e misteriosas vozes xam�nicas de g�lidas latitudes, sem esquecer de arriscar numa experi�ncia tecno-pop (“Sombra de Luz”) menos feliz e no tom festivo ska-folk algo gasto (“Adorno”), com alguns contornos saudosistas evocativos dos Pogues.
“Isu�” �, para concluir, um puzzle que prima pela diversidade e Mercedes Pe�n � uma compositora-cientista em constante experimenta��o e refuta��o de teorias, nunca esquecendo a base de todo o seu trabalho: as recolhas que fez em solo Galego.

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