Os Toques do Caramulo, colectivo de Águeda de Luís Fernandes intimamente ligado à Associação d’Orfeu edita no início do mês de Abril o seu segundo álbum que sucede a “Toques do Caramulo… é ao Vivo!” (de 2007) com selo próprio – d’Eurídicie. O mesmo que está por detrás da edição do livro / DVD “Contexto & Significado” que assinala os 15 anos de intensas actividades da associação dos irmãos Fernandes numa das cidades mais culturais do país.
De acordo com o camarada António Pires que escreveu o “press release”, «o grupo de Águeda vai de novo buscar as antigas canções que vieram da Serra e por eles foram apre(e)ndidos há muito – no Cancioneiro, na Orquestra Típica, junto de pais e avós – mas com tudo o que também aprenderam de outras músicas a meter-se pela tradição dentro. Não por acaso, o álbum começa com uma homenagem a Américo Fernandes (que foi maestro da Orquestra Típica de Águeda) e termina com uma remistura da “Trigueirinha” onde surge, por entre as electrónicas, a voz de David Fernandes, numa ligação, digamos umbilical, às raízes desta música. Mas também lá estão os perfumes da música africana, do jazz, do flamenco e da folk galega, do klezmer e dos Balcãs, para além da sombra assumida e tutelar de grandes cantautores nacionais como Fausto ou José Afonso, a mostrar que muitas músicas, tal como as boas castas de uvas, podem misturar-se livremente e contribuir para uma música nova. E tal como Luís Fernandes – o responsável da maior parte dos arranjos – e os seus companheiros as imaginam e nos dão, assim, a saborear.
No novo álbum, gravado no estúdio que pertence à d’Orfeu – o gravad’Or –, os Toques do Caramulo tiveram algumas preciosas ajudas: o Coro Infantil da Emtrad’ participa em “Olha Para a Água”; Sara Vidal, a magnífica cantora portuguesa do grupo galego Luar na Lubre, dá voz e pandeireta galega a “O Brio das Raparigas”, “Pedrinhas da Fonte” e “Trigueirinha”; João André Lourenço toca cajón em “O Brio das Raparigas”; Abílio Liberal (tuba) em “Laranjinha”; e o arquivo d’O Cancioneiro de Águeda forneceu os samples que se ouvem em “Já Vou Chegando à Serra”, “Pedrinhas da Fonte” e “Trigueirinha Remix”. E, finalmente mas não em último lugar, Rui Oliveira foi o incansável escanção que – com tempo, sabedoria e um amor enorme – reuniu todos os sabores deste vinho novo.»
Os Toques do Caramulo irão andar, nos próximos tempos, numa roda vida a promover este segundo disco. Eis as datas onde os podem apanhar: