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Marc Ribot Y Los Cubanos Postizos no FMM de Sines

A Câmara Municipal de Sines acaba de anunciar mais três interessantes nomes para a 13ª edição (Marc Ribot Y Los Cubanos Postizos – na foto, Astillero, Dhafer Youssef Quartet), aos quais juntamos mais dois nomes do Pacífico Sul que ainda não tivemos oportunidade de anunciar (Gurrumul e Narasirato).

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MARC RIBOT Y LOS CUBANOS POSTIZOS (EUA)

O norte-americano Marc Ribot é um dos maiores guitarristas do mundo. Depois de uma presença em Sines em 2005, volta ao FMM para apresentar um dos projetos mais bem-sucedidos da sua carreira, “Los Cubanos Postizos”, criado em 1998 com a edição do disco do mesmo nome, e recentemente refundado.

Na sua encarnação original, Marc Ribot Y Los Cubanos Postizos era um espetáculo criado em torno de arranjos do líder de orquestra cubano Arsenio Rodriguez, inovador do “son montuno”. Nesta nova vida do projeto, os Postizos vão além de Cuba e assimilam influências de todas as Américas.

Com 25 anos de carreira e 19 discos gravados (o último dos quais, “Silent Movies”, em 2010), Ribot tem a sua base na cena “underground” nova-iorquina mas uma atenção permanente à música que se faz em todo os géneros e em todas as partes do mundo. Deixou a sua marca numa das obras-primas de Tom Waits, “Rain Dogs” (1985), e tem colaborado com alguns dos melhores artistas do nosso tempo, como Robert Plant, Alison Krauss, Elvis Costello, John Zorn e Cyro Baptista.

Os “Cubanos Postizos” que o acompanham a Sines são os norte-americanos Anthony Coleman (piano), Brad Jones (baixo) e EJ Rodriguez (bateria e percussões) e o cubano Horacio “El Negro” Hernandez, um dos bateristas afro-cubanos mais reconhecidos e que mais contribuiu para aprofundar a relação entre o jazz, o rock e música daquela ilha.

ASTILLERO (ARGENTINA)

Formado em 2005, Astillero é um dos agrupamentos mais importantes do tango de vanguarda, encabeçando o movimento “tango de rutura”.

Com sólido conhecimento da tradição, assume como princípio apenas interpretar repertório novo, descomplexadamente complexo, onde o tango se cruza com o jazz, a música experimental contemporânea e uma crueza no modo de expressão que podemos associar ao rock.

O seu ponto de vista sobre o tango é jovem e urbano, procurando transmitir, através de instrumentos acústicos, os movimentos da vida quotidiana e a experiência vertiginosa de viver na Buenos Aires do século XXI, a segunda maior área metropolitana da América do Sul.

Referência do novo tango, o pianista Julián Peralta, fundador da Orquesta Típica Fernández Fierro, presente no FMM Sines 2009, é o líder e compositor do grupo, responsável pelo papel central que o ritmo ocupa na sua estética.

Além de Julián Peralta, a formação de Astillero é composta por Miguel Suárez (voz), Martijn van der Linden (violino), Luciano Falcón (violoncelo), Daniel Ruggiero (bandoneón), Mariano González Calo (bandoneón) e Federico Maiocchi (contrabaixo).

Aos dois discos já gravados – “Tango de Astillero” (2006) e “Sin Descanso en Bratislava (Glosas Fuera de Tempo)” (2008) – deverá juntar-se em breve um terceiro.

DHAFER YOUSSEF QUARTET (TUNÍSIA)

O projeto musical do tunisino Dhafer Youssef é uma síntese entre a tradição árabe, em especial na vertente mística sufi, e a cultura jazz europeia.

Nascido numa pequena cidade costeira da Tunísia, escolheu o alaúde (oud) como principal meio de expressão por considerá-lo o instrumento que mais autenticamente o liga à cultura árabe.

Muezzin numa mesquita durante algum tempo e cantor em casamentos, é também um vocalista de grande qualidade, contando-se os seus solos vocais entre os momentos mais memoráveis dos seus concertos.

Desde 1990, com a sua mudança para Viena e depois para Paris, este pano de fundo árabe foi ganhando cambiantes pela sua formação e vasta experiência e colaborações no jazz europeu.

Hoje, a sua música, meditativa e experimental, situa-se num lugar só seu onde convivem tradição magrebina, canções folclóricas norueguesas (o nu-jazz escandinavo é uma das suas principais influências) e explorações sonoras contemporâneas de várias naturezas.

Depois de experiências eletrónicas em anos anteriores, o quarteto que traz a Sines traduz na formação a preferência que tem vindo a mostrar recentemente pelo jazz acústico, sendo acompanhado ao piano pelo estónio Kristjan Randalu, no baixo pelo canadiano Chris Jennings e na bateria pelo holandês Chander Sardjoe.

Tem cinco discos gravados, o último dos quais, “Abu Nawas Rhapsody”, editado em 2010.

GURRUMUL (AUSTRÁLIA – CULTURA ABORÍGENE)

O músico Geoffrey Gurrumul Yunupingu é o maior fenómeno da música australiana dos últimos anos. A revista Rolling Stone não hesitou em trazê-lo para a sua capa intitulando-o “a voz mais importante da Austrália” e o Sydney Morning Herald designou-o a maior voz que aquele país alguma vez gravou.

Cantor, guitarrista, pianista e autor, Gurrumul nasceu cego no seio do clã Gumatj, na ilha Elcho, junto à costa norte da Austrália.

De grande riqueza melódica, harmónica e emocional, a sua voz e as suas canções sobre a identidade aborígene comoveram o público australiano e internacional e conseguiram fazer de um artista de perfil “anti-celebridade” um artista capaz de vender meio milhão de discos em todo o mundo, como aconteceu com o seu álbum de estreia, “Gurrumul” (2008).

“Rrakala”, o seu segundo álbum, lançado em 2011, tem sido recebido com o mesmo entusiasmo pelo público e pela crítica.

É com orgulho que o FMM Sines anuncia que será no seu palco que Gurrumul dará o seu espetáculo de estreia em solo português.

NARASIRATO (ILHAS SALOMÃO)

O grupo Narasirato representa o melhor da música com ligações ao um modo de vida, uma tradição e uma paisagem.

A formação, iniciada em 1991 e reformada em 2008, é composta por um grupo de pescadores e agricultores originários do povo Are’are de Malaita, uma das mais de 1000 ilhas do diversificado arquipélago de Salomão, no Pacífico Sul.

As suas canções têm como temas a natureza e a memória dos antepassados, mas também preocupações contemporâneas, como a subida dos oceanos, consequência do aquecimento global, que está a pôr em causa a sobrevivência de muitas comunidades (por vezes países inteiros) no Pacífico.

As principais componentes da sua música são as flautas de bambu, várias percussões tradicionais e as harmonias vocais. Os instrumentos são, na sua maioria, fabricados à mão.

Em palco, cobertos por vestuário e pinturas corporais tradicionais, fazem música de grande poder rítmico e festivo capaz de pôr a dançar gente de todas as “tribos” estéticas (não foi por acaso que grandes festivais de rock europeus como Glastonbury e Roskilde os incluíram nos seus alinhamentos em 2011).

Depois do EP ao vivo “Tangio Tumas”, editado em 2011, lançam em breve “Warato’o”, o seu primeiro disco de longa duração.

O FESTIVAL

O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo é o maior evento de “world music” realizado em Portugal. A sua 14.ª edição acontece nos próximos dias 19, 20, 21, 26, 27 e 28 de julho.

Além dos artistas mencionados nesta entrada, já está também confirmada a presença de Mari Boine (Noruega – Povo Sami), JuJu (Gâmbia / Reino Unido), Oumou Sangaré & Béla Fleck (Mali / EUA), Hugh Masekela (África do Sul), Fatoumata Diawara (Mali), Bombino (Níger – Cultura Tuaregue) e Jupiter & Okwess International (R. D. Congo).

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