Festivais

Festival Med entre o Mali, o Brasil e a Jamaica

O Festival Med realiza-se esta sexta-feira e sábado (29 e 30 de Junho), como sempre no Centro Histórico de Loulé. A Curva da Cintura (projecto dos brasileiros Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra e do maliano Toumani Diabaté), as lendas jamaicanas do reggae Ernest Ranglin, Tyrone Downie e Sly & Robbie, os tambem malianos Boubacar Traoré e SMOD e o senegalês Cheikh Lô constituem as principais atracções deste cartaz reduzido de 4 para 2 dias.

Na Cerca e na Matriz

A Curva da Cintura

Arnaldo Antunes (Tribalistas), Edgard Scandurra (Ira) e Toumani Diabaté (um dos músicos africanos mais importantes da atualidade) reuniram-se para gravar «A Curva da Cintura». Este disco traz até ao público as vozes quentes dos dois conhecidos artistas brasileiros e o talento do maliano nas cordas da requintada kora, instrumento que domina e que o levou a vencer por duas vezes o Grammy Awards de melhor álbum de Traditional World Music. A Curva da Cintura com Arnaldo Antunes, Toumani Diabaté e Edgard Scandurra será apresentado em estreia mundial dia 29 de junho, no palco Cerca.

SMOD

Vindos do Mali chegam os aclamados SMOD. O grupo composto por Ousco, Donsky, e Sam, filho do famoso duo Amadou & Mariam, que passou pelo MED em 2008, irá estrear-se em Portugal para apresentar o seu mais recente trabalho produzido por Manu Chao. O álbum SMOD transpira ritmos revolucionários de hip-hop e rap intercalados por sonoridades malinenses, em que se juntam influências do reconhecido produtor francês. O trio será responsável por encerrar o palco Matriz no primeiro dia do festival.

Cheikh Lô

Cheikh Lô, singular cantor, compositor guitarrista, percussionista e baterista senegalês, considerado por muitos como um dos mais brilhantes músicos africanos das últimas duas décadas, irá atuar dia 29 de junho no palco Matriz. Através da sua voz quente chegam-nos influências de África Ocidental e Central, como o Mbalax, incorporado com ritmos cubanos, reggae, música brasileira, entre várias outras fusões.

Sany Pitbull

O internacional DJ brasileiro Sany Pitbull irá passar pelo MED no dia 30 de junho para dar a conhecer as suas produções que já conquistaram as principais capitais europeias, como Londres, Paris, Estocolmo e Berlim. O seu trabalho é a prova mais contundente que o Funk carioca está na vanguarda da eletrónica mundial. Com mais de 20 anos de experiência, Sany Pitbull é apontado como um dos expoentes do estilo, diferenciado dos restantes produtores por apostar na exploração instrumental e na riqueza de ritmos e influências.

Jamaican Legends

A atuação de Jamaican Legends com Ernest Ranglin, Tyrone Downie e Sly & Robbie é um daqueles momentos explosivos que não se pode perder na próxima edição do MED. Esta união que reúne em palco quatro grandes mestres de World Music tem como objetivo celebrar o 50º aniversário da independência da Jamaica. Numa digressão mundial, que terá lugar apenas este ano, o quarteto promete aquecer os palcos com a exploração de variadas vertentes do reggae. Este espetáculo único terá lugar dia 30 de junho no palco Matriz.

Boubacar Traoré

Boubacar Traoré, cantor, compositor e guitarrista malinense desenvolveu um estilo único e inimitável do blues africano de linhagem Ali Farka Touré. Para além destas influências os seus temas levam-nos para sonoridades e letras que lembram alguns grandes bluesmen americanos como Blind Willie McTell, Robert Johnson e Muddy Waters. Este será com certeza um dos momentos fortes do festival.

Paus

Os Paus são mais um dos nomes nacionais confirmados para a 9ª edição do Festival, MED. Este surpreendente quarteto que reúne quatro grandes artistas portugueses, Joaquim Albergaria, Hélio Morais, Makoto Yagyu e João Pereira, vai apresentar o seu álbum de estreia em Loulé no dia 29 de junho, no palco Cerca. A atuação deste inovador projeto promete impressionar o público com o surpreendente som da bateira siamesa com que se apresenta.

Throes + The Shine

Rockuduro é o rebento primogénito, fruto da união de facto entre o rock de um power-duo portuense (os Throes) e a energia debitada sem trepidez de uns angolanos com pêlos nas guelras (The Shine). Marco Castro, Diron, André do Poster e Igor Domingues já partilharam palcos com grandes músicos como Battles, HEALTH, Spoek ou Mathambo e preparam-se agora para surpreender o mundo com os seus ritmos de festa. O encontro destes dois projetos, Throes + The Shine, é para ser presenciado dia 29 de junho no palco Castelo.

A Jigsaw

A Jigsaw, banda blues-folk portuguesa, formada em Coimbra pelo trio João Rui, Jorri e Susana Ribeiro, sobe ao palco Castelo no dia 29 de junho para apresentar o seu terceiro registo de originais e revisitar alguns dos temas dos primeiros álbuns. Este grupo conquistou a opinião pública com o seu primeiro trabalho «Letters From The Boatman», lançado em 2007, graças à originalidade das vozes e da combinação de instrumentos como guitarra, harmónica, banjo, piano, contrabaixo, castanholas, bombo tradicional ou violino.

Norberto Lobo

No dia 30 de junho, sobe ao palco Castelo o reconhecido guitarrista português, Norberto Lobo. Aclamado pela crítica nacional e internacional o guitarrista carateriza-se pelo carácter físico, humano e popular do seu som. Ao longo dos anos tem colaborado com artistas como os München, Chullage ou Lula Pena, para além de ser cofundador dos projetos Norman, Colectivo Páscoa e Tigrala. Já partilhou palcos ou digressões com variadíssimos músicos internacionais, como é o caso Lhasa de Sela, Devendra Banhart, Larkin Grimm, Naná Vasconcelos ou Rhys Chatham. Com dois álbuns de estúdio Norberto Lobo brindará Loulé com uma atuação única e memorável.

A Caruma

No dia 30 de junho o palco Cerca vai ser invadido pela alegria contagiante do pop-marialva traçada a tinto fanfarra com tiques à Emir Kusturica da banda portuguesa A Caruma. Rui Costa (Silence 4, Filarmónica Gil), Carlos Martins (Umpletrue, The Clits, Annette Blade), Pedro Santos (Silence 4, Filarmónica Gil), José Carlos (Dapunksportif, Umpletrue) e ainda a emergente Ana Santo na voz secundária, são os membros que compões esta banda oriunda da Marinha Grande. Através da utilização de um português escolhido a dedo entre o rico léxico da língua portuguesa, os seus temas irónicos, reativos e provocadores prometem conquistar o público do MED.

You Can’t Win, Charlie Brown

You Can’t Win, Charlie Brown, grupo composto por seis bons rapazes lisboetas, irá apresentar nesta próxima edição do Med o seu álbum de estreia «Chromatic». Este disco que viaja por entre variadas influências que vão deste melodias dançáveis, enérgicas, tribais, até levemente pop, contou com a participação da belíssima voz de Márcia no tema «A while can be a long time». Os You Can’t Win, Charlie Brown foram a única banda portuguesa a ser selecionada para participar no prestigiado festival South By Southwest 2012, em Austin no Texas. Estas e outras atuações têm trazido à banda grande reconhecimento nacional e internacional.

Os DJ e os outros palcos

Irick Deejay e Clube Conguito são as duas atuações que encerram o palco Castelo. Já os palcos Arca e Bica contarão com a presença dos projetos Rare Folk, Sheilla na Gig, Blue Dot e The Mencial Project.

A música clássica portuguesa continuará a marcar presença neste festival com o palco Med Classic. A Orquestra do Algarve e o Quarteto de música de Câmara da Orquestra do Algarve irão atuar na Igreja Matriz dia 29 e 30, às 19h30. Apesar de a música ser o tema central deste festival, o artesanato, a gastronomia, a animação de rua e as artes plásticas continuam a ser peças fulcrais para tornar o Festival Med num palco de variadas experiências e de fusão de culturas.

Os jovens do Centro de Expressão Artística do Município de Loulé vão ter também espaço para mostrarem o seu trabalho. Os alunos apresentam-se em concerto dia 29 e 30 de junho, entre as 20h30 e as 21h30, na sala da Alcaidaria do Castelo. Participarão as classes de Flauta de Bisel, Guitarra e Violino, a solo e em modalidades de música de conjunto.

Exposições

“Abrindo portas para o Futuro”
À semelhança dos anos transatos, no âmbito da realização do Festival MED 2012, vai decorrer uma exposição de rua, na área da pintura. Com o tema “Abrindo portas para o Futuro”, a Autarquia de Loulé lançou um desafio à criatividade a 18 artistas para pintarem as molduras das portas e janelas de casas devolutas da zona histórica de Loulé. No resultado final prevalece o espírito de diversidade, encontro e diálogo de culturas.

Assim, durante os dois dias do Festival, o visitante irá deparar-se com várias manifestações de street art espalhadas pelo recinto. Os responsáveis por esta exposição singular são Charlie Holt, Peter de Jong, Teresa Paulino, Alexandre Sequeira, Carlos Vila, Raul Morgado, Teresa Paulino, Aderita, Milita Doré, Jules, Phixo, Franck, Renato Brito R., João Espada, El.Menau, Metis, Joseph Lewin, Mistik e Travis.

No âmbito do Festival Med juntam-se mais três mostras que têm estreia agendada para dia 28 de junho. Trata-se da exposição de fotografia “Egito” de Pedro Barros, que estará em mostra nos Claustros do Convento do Espírito Santo até ao próximo dia 28 de Setembro. No mesmo dia será apresentada a exposição de Tomás Colaço e Sofia Aguiar “Memórias Tangerinas” na Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, em exibição até 18 de Agosto.

A exposição “Habitar a Escuridão” do destacado fotógrafo Mexicano Marco António poderá igualmente ser vista a partir de dia 28, com final 30 de agosto, no Cruz no CECAL – Centro de Expressão e Criação Artística no Parque Municipal de Loulé.

Gastronomia

Os sabores mediterrânicos são um dos atrativos deste evento. Por isso mesmo a gastronomia continua a ser um dos principais destaques deste festival. Para além da cozinha tradicional portuguesa, o MED vai ter também um conjunto de espaços de restauração dedicados aos sabores tradicionais de países como Espanha, Grécia, Marrocos, Egipto ou Itália. O Chef Chakall volta a ter um espaço próprio no Med, onde os pratos serão elaborados “ao vivo e a cores”.

Artesanato

A cor e a diversidade vão marcar as centenas de bancas de artesanato que vão estar espalhadas pelos becos e ruelas do centro histórico da cidade. A grande aposta é no artesanato internacional, com especial incidência no mediterrânico. Mas as novas tendências do artesanato moderno também vão marcar presença nesta edição do Festival MED.

Os visitantes poderão adquirir uma série de produtos que vão desde a bijutaria, têxteis e vestuário, aos objetos característicos de várias culturas do mundo como os didgeridoos aborígenes, os djambés africanos ou os cachimbos de água e serviços de chá típicos dos países do Magreb.

Med Kids

Os mais novos nunca são esquecidos pela organização, que reedita mais uma vez o espaço MED Kids. Diariamente, das 20h00 às 00h00, decorrem nesta área do festival diversas atividades para entreter as crianças, num ambiente agradável e acolhedor, enquanto os pais aproveitam o festival. O MED Kids e a sua equipa de monitores recebem toas as crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos.

Os bilhetes encontram-se à venda no Cineteatro Louletano e na FNAC do Algarve Shopping. Nos dias do evento os ingressos poderão também ser adquiridos à entrada do recinto. O bilhete diário custa 12€.

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