O Musicbox, ao Cais do Sodré, oferece hoje uma noite de luxo ao abrigo da “mensalidade programática” de uma marca holandesa de cerveja “que tem por objectivo trazer até Lisboa alguns dos mais entusiasmantes projectos (nacionais e internacionais) da actualidade, sem esquecer projectos referênciais e incontornáveis do panorama mundial”. Os germânicos Dessidenten (23h) que atuam igualmente este fim-de-semana no Islâmico de Mértola partilham o palco com a dupla norte-americana A Hawk and a Hacksaw (00h). As entradas custam 10€.
A Hawk and a Hacksaw
A dupla A Hawk and a Hacksaw regressa a Lisboa para apresentar o disco duplo “You Have Already Gone to The Other World”, no âmbito da rubrica Musicbox Heineken Series.
Reunindo os aplausos da crítica internacional, “You Have Already Gone to The Other World” parte das paisagens bucólicas de “Shadows of the Ancestors”, obra emblemática de Sergei Paradjanov, para nos levar numa viagem à raíz da música húngara, romena e ucraniana. O duplo cd que sai da tour mundial que Barnes e Trust realizaram ao longo de 2012, passa a barreira da banda sonora para se transformar numa peça com validade instrínseca, onde as orquestrações originais da banda se misturam com o folk tradicional e excertos do “foley” e composição sonora da película. Produzido por John Dieterich, da Deerhoof, este trabalho solidifica os A Hawk and a Hacksaw como uma das bandas indispensáveis no âmbito da música folk contemporânea.
Dessidenten
Se a música do mundo é hoje uma força segura na música mundial, a verdade é que, há cerca de 30 anos, o multiculturalismo era algo de muito novo na realidade europeia. Por essa altura, nomes como o dos germânicos Dissidenten figuravam na lista dos vanguardistas que se experimentavam por sonoridades de paragens mais longínquas.
Para a história hão-de ficar títulos como “Germanistan” ou “Sahara Elektrik” que fizeram dos instrumentos indianos e norte-africanos autênticas “lufadas de ar fresco” para os ouvidos dos europeus. Daí que o arranque desta Heineken Series de Maio não possa ficar melhor entregue do que nas mãos daqueles a quem a Rolling Stone apelidou de “padrinhos da worldbeat”.
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