Festivais

Latino-americanos modernos no FMM Sines 2015

Depois de já conhecido algum do contingente africano que estará presente na 16ª edição do FMM Sines que se realiza este ano em Sines e Porto Covo, entre os dias 17 e 25 de Julho, o município local anuncia mais cinco nomes, agora oriundos da América Latina. 

Na sequência da programação de grupos como Meridian Brothers, La Yegros, Ondatrópica e Bomba Estéreo, nas últimas duas edições, o FMM Sines prossegue a sua viagem pela América Latina do presente com a estreia em Portugal da MC chilena Ana Tijoux, da orquestra colombiana La 33, da cantautora argentina Soema Montenegro e da banda mexicana Troker. Um quinto artista, o produtor argentino Chancha Vía Circuito, regressa ao nosso país para mostrar o seu novo disco no FMM.

ANA TIJOUX (na foto) é uma das MCs mais reconhecidas da América Latina. Nascida em Lille, França, em 1977, filha de pais chilenos exilados durante o regime de Pinochet, não perdeu a ligação às raízes. Fez um percurso no grupo de hip hop chileno Makiza e avançou para uma carreira a solo que teve o seu momento de afirmação, em 2009, com o disco “1977”, inspirado na idade de ouro do hip hop lírico e de protesto dos anos 90. No seu bilhete de identidade musical o hip hop contemporâneo absorve influências de sons dos Andes, jazz e funk. Venceu um Grammy Latino com uma colaboração com Jorge Drexler e o seu disco mais recente, “Vengo” (2014), foi nomeado para melhor álbum latino de rock, urbano ou alternativo na última edição dos prémios norte-americanos.

CHANCHA VÍA CIRCUITO é o nome de palco do produtor, compositor e DJ argentino Pedro Canale. Desenvolveu o seu percurso musical na cena eletrónica da Grande Buenos Aires, transformando a cumbia digital com fusões inovadoras onde entram ritmos brasileiros, harpa paraguaia, sons dos Andes, folclore argentino e pós-dubstep, entre muitos outros elementos. Figura de culto, tem fãs em todo o mundo e um histórico de atuações em lugares tão distantes quanto a cidade russa de S. Petersburgo e o festival de Coachella. O seu percurso em disco inclui EPs, singles, remisturas e três álbuns, incluindo o marcante “Río Arriba”, de 2010, e “Amansara”, o mais recente, de 2014, que apresenta em Portugal pela primeira vez.

LA 33 é uma das orquestras de salsa mais importantes da Colômbia. Nasceu no princípio deste século, na Calle 33, em Bogotá, por iniciativa dos irmãos Sergio e Santiago Mejía. O agrupamento que então se formou reuniu não só músicos de salsa clássica, mas também músicos de rock, jazz e reggae. A essência da salsa de La 33 saiu deste cruzamento, assumindo um formato próximo das orquestras de salsa influenciadas por sons mais urbanos, típicas da cena nova-iorquina dos anos 70. No seu percurso discográfico, que se iniciou em 2004 com um álbum homónimo, contam-se já quatro álbuns, o último dos quais, “Tumbando por Ahí”, editado em 2013. Com mais de uma década de história, 60 mil discos vendidos e quase mil concertos em todo o mundo, La 33 sobe pela primeira vez a um palco português.

SOEMA MONTENEGRO é uma cantora, autora e instrumentista argentina, natural da Província de Buenos Aires, um lugar entre a cidade, o campo e a selva que moldou a sua sensibilidade musical. Iniciou-se em 2001, no grupo Piel del Sur, e em 2002 formou o trio de improvisação vocal Adivina, que integrou ao mesmo tempo que estudava composição no Conservatório Ginastera. Foram anos decisivos, em que se formou como cantora, compositora e, sobretudo, improvisadora, uma das facetas mais distintivas da sua personalidade musical. Tem três discos a solo editados, o último dos quais “Ave del Cielo”, lançado em 2014, inspirado no canto e no voo das aves. No FMM Sines, ouvi-la-emos na voz, guitarra e cuatro venezuelano, acompanhada pelos quatro músicos da banda El Conjuro.

TROKER é um sexteto de jazz-rock formado em 2003 na cidade mexicana de Guadalajara. Na sua música de veia experimental fundem-se os universos do jazz, do rock progressivo, do funk, do hip hop e das músicas mexicanas de raiz tradicional. Com grande experiência de atuações por todo o continente americano, tem vindo a conquistar público também na Europa. Esta é a primeira vez que atua em Portugal, trazendo consigo o quarto disco, “Crimen Sonoro”, um álbum assumidamente criado para ser tocado ao vivo, que lançou em 2014. Além do seu projeto enquanto sexteto, os membros dos Troker contribuem para a cultura do seu país desenvolvendo programas educativos e sociais dirigidos a todos os públicos.

 

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