Festivais

A Ásia diversificada e em mutação no FMM Sines 2015

A 17.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que se realiza em Porto Covo e Sines, entre 17 e 25 de julho de 2015, apresenta projetos musicais de uma Ásia diversificada e em transformação.

A Ásia que o FMM Sines traz a Portugal nesta edição do festival tem múltiplas faces. O Médio Oriente é representado por Alif, um agrupamento que faz o rock e as músicas do mundo árabe dialogarem. A tradição renovada da música indiana chega nas cordas do sitar de Niladri Kumar. Idiotape é nova música de dança coreana no seu melhor, Shanren transporta os sons da província chinesa de Yunnan para a contemporaneidade e Pascals é um divertimento orquestral japonês difícil de classificar.

O quinteto ALIF, criado em 2012, aplica uma dinâmica rock às músicas do mundo árabe. As suas canções definem-se por uma aproximação eletroacústica à tradição, com letras abstratas e elementos de poesia árabe contemporânea. Nas origens dos músicos, o Líbano contribui com Bashar Farran (guitarra baixo) e Khaled Yassine (bateria e percussões). A eletrónica está a cargo do egípcio Maurice Louca e o oud é interpretado por Khyam Allami, filho de pais iraquianos, nascido na Síria e criado em Londres. A frente do palco é ocupada por Tamer Abu Ghazaleh, cantor, multi-instrumentista, compositor e produtor palestino. Alif faz a sua estreia em Portugal no FMM Sines, onde irá apresentar o álbum de estreia, a lançar em maio.

IDIOTAPE é um trio com uma presença destacada na cena indie e eletrónica de Seul. Formado em 2008, aposta numa mistura de sintetizadores analógicos e bateria poderosa. Os membros do grupo são Dguru (DJ, produção e sintetizador), Zeze (composição e sintetizador) e DR (bateria). O rock coreano clássico dos anos 60 e 70 é uma das suas principais inspirações. Gravaram o EP “0805” em 2010, a que se seguiu, em 2011, o álbum “11111101”, com o qual venceram a categoria de melhor disco de dança e eletrónica dos prémios de música coreanos. O disco mais recente, “TOURS”, foi lançado em 2014. Conhecidos pelas performances ao vivo eletrizantes, chegam com o despretensioso objetivo de fazer música divertida que dê prazer às pessoas.

PASCALS é uma orquestra japonesa de 14 elementos caracterizada pelo humor das suas interpretações. Formada em 1995 por Rocket Matsu, toca um repertório amplo com uma grande variedade de instrumentos, alguns deles de brincar, evocando o universo de magia e inocência infantil criado pelo compositor francês Pascal Comelade, que identificam como patrono. Desde a sua estreia em disco em 2000, já lançaram cinco álbuns, onde se podem ouvir composições próprias e versões de compositores como Nino Rota, Claude Debussy e Brian Eno. Na sua música aberta a todas as possibilidades, tocada por músicos maioritariamente amadores, também se podem encontrar baladas western, sambas, valsas, polcas e versões de canções pop.

NILADRI KUMAR é um dos melhores intérpretes de sitar da sua geração. Oriundo de Mumbai, começou a aprender o instrumento aos 4 anos com o pai, Kartick Kumar, aluno sénior de Ravi Shankar durante 55 anos. A sua primeira apresentação pública aconteceu aos 6 anos. Profundo conhecedor da música clássica indiana, assume como missão percorrer o mundo a divulgá-la. É um músico ativo no cinema de Bollywood, como outros mestres do seu país. Criou um sitar elétrico, o “zitar”, que utiliza em projetos de fusão. Adepto de colaborações que cruzam fronteiras estilísticas, já trabalhou com músicos como Herbie Hancock, Zakir Hussain e John McLaughlin. Este é o segundo concerto em Sines e a sua estreia no palco do Castelo.

SHANREN (ou Shan Ren, literalmente “homens da montanha”) é uma das bandas mais populares da folk alternativa chinesa. Nasceu em 2000, em Yunnan, província no sudoeste da China que terá inspirado a criação da utopia Shangri-La. Funde música tradicional das etnias Yi e Wa com estilos modernos, como o rock, o reggae e o hip hop. Qu Zihan (guitarra e voz), Ou Jianyun (bateria e percussões), Ai Yong (baixo) e Xiao Bu Dian (instrumentos étnicos) são os quatro elementos da banda. Estrearam-se em disco, em 2009, com um disco homónimo, a que se seguiu, “Left Foot Dance of the Yi and other Chinese Folk Anthems”, em 2013. Depois de Hanggai, Mamer, DaWangGang e Ajinai, o FMM Sines continua a divulgar nova música chinesa ligada às raízes.

Além deste conjunto de artistas asiáticos, já está confirmada a presença no FMM Sines de outros projetos musicais: Ana Tijoux, Chancha Vía Circuito, Dele Sosimi Afrobeat Orchestra, Ibibio Sound Machine, La-33, Orlando Julius & The Heliocentrics, Soema Montenegro, Songhoy Blues, Toumani & Sidiki Diabaté, Troker e Vaudou Game.

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