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O FMM Sines 2015 que fala português (com e sem AO)

O fado renovado de Ricardo Ribeiro, o Alentejo misturado de Janita Salomé, a fusão de Bruno Pernadas e a nova música urbana de Blacksea Não Maya + DJ Marfox, Capicua e Simply Rockers Sound System representam Portugal na 17.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo. A língua portuguesa chega também a Sines e Porto Covo, entre 17 e 25 de julho, nas vozes de Aline Frazão (Angola), Dona Onete (Brasil) e Elida Almeida (Cabo Verde).

 

Aline Frazão é um dos nomes que marcam a nova geração de músicos angolanos. Cantora, compositora, guitarrista e produtora, nasceu e cresceu em Luanda, em 1988, e vive entre Barcelona, Luanda e Lisboa. Prepara-se para lançar o terceiro álbum de originais, que sairá no outono. O disco será gravado na ilha de Jura, na Escócia, e marca um novo momento musical, na busca de uma fusão com a eletricidade e paisagens sonoras mais a norte. Inclui uma parceria com o guitarrista Pedro Geraldes (Linda Martini) e será produzido por Giles Perring. O FMM Sines será um dos primeiros palcos a ouvir parte do resultado sonoro de Jura, num concerto preparado à medida do festival.

Blacksea Não Maya + DJ Marfox é um espetáculo com quatro dos mais estimulantes fazedores de música de dança em Portugal. Blacksea Não Maya é um coletivo de três DJs e produtores de herança são-tomense: DJ Kolt e DJ Noronha (irmãos) e Perigoso (primo). Vivem no Bairro da Cucena, na margem sul de Lisboa. O seu split EP de estreia ‘B.N.M. / P.D.D.G.’ (2013) foi álbum do mês na revista online SPIN. DJ Marfox, também com raízes são-tomenses, é uma lenda da música urbana de Lisboa, com um percurso internacional impressionante. Tem EPs em editoras de Portugal, Inglaterra e EUA e atuações por todo o mundo. Em 2014, a Rolling Stone incluiu-o numa lista de 10 artistas que o público precisa de conhecer.

Bruno Pernadas (Lisboa, 1982) é um guitarrista, multi-instrumentista, compositor e arranjador. O seu disco de estreia a solo, “How can we be joyful in a world full of knowledge”, foi considerado um dos melhores álbuns editados em Portugal em 2014. Licenciado em música, na variante de jazz, Bruno escreve como só pode escrever um autor com um conhecimento enciclopédico da sua arte, inspirado em vários estilos e geografias. A definição do género faz-se por aproximações: folk, world-jazz, space age pop, world music, eletrónica, rock psicadélico, landscapes. Canções e experiências sonoras de uma voz original para conhecer ao vivo em Sines.

Capicua (Ana Matos Fernandes) é um dos maiores talentos da nova música portuguesa. Nasceu no Porto, estudou Sociologia, fez um doutoramento em Geografia Humana e é uma “rapper militante” desde 2004. Descobriu o hip hop aos 15 anos, pela arte urbana nas paredes e depois pelas rimas nas cassetes. Em 2014, o seu segundo álbum, “Sereia Louca”, tornou-a uma das artistas preferidas do público e da crítica. O concerto no FMM será baseado em “Medusa” (2015), disco de remisturas e originais onde a poesia de Capicua se exprime em registos mais dançáveis. Acompanham-na D-One (DJ), M7 (MC), Virtus (teclas, mpc e programações) e Vítor Ferreira (ilustrações ao vivo).

Dona Onete (Ionete da Silveira Gama) é uma cantora, compositora e poetisa que traz para o palco os ritmos do estado do Pará, nordeste do Brasil. Nasceu em 1938 e dedicou uma vida inteira à música e à cultura paraenses, mas apenas em 2012, aos 72 anos, se estreou em disco, depois de ter sido “descoberta” pelo Coletivo Rádio Cipó e pelo público jovem de Belém. “Feitiço Caboclo” materializa um repertório com referências no folclore e no carnaval popular. O carimbó, uma dança de roda regional, é o estilo dominante, a que Dona Onete dá vida com alegria e sensualidade. Porto Covo recebe um dos concertos da digressão europeia da “diva do carimbó chamegado”.

Elida Almeida, cantora, guitarrista e autora, é a nova artista que está a entusiasmar os amantes da música de Cabo Verde. Apesar de jovem, a sua arte reflete experiência de vida. Entre Santa Cruz, na ilha de Santiago, onde nasceu em 1993, e a ilha do Maio, onde viveu depois da morte do pai, teve de lutar contra a pobreza, enfrentar uma gravidez precoce e conseguir ser boa aluna para poder apoiar a família. Descobriu o canto na igreja e escreveu a primeira composição musical ainda na escola. Em 2014, lançou o disco “Ora doci ora margos”, e, em 2015, venceu o prémio Revelação nos Cabo Verde Music Awards. A sua voz, letras e melodias vão ganhar novos fãs no FMM.

Janita Salomé, autor, cantor e compositor, é um inovador do cruzamento das músicas do Alentejo com outras músicas, em particular mediterrâneas. Nesta que será a segunda vez que sobe a um palco do FMM, Janita apresenta um espetáculo com repertório do seu novo disco, “Em Nome da Rosa”, Prémio Pedro Osório 2015, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores. Temas do cancioneiro sefardita, modas do Alentejo e canções de José Afonso estarão presentes num espetáculo em que Janita se fará acompanhar por alguns dos melhores músicos portugueses e em que terá como convidado o Coral Atlântico, formação coral dos trabalhadores das autarquias de Sines.

Ricardo Ribeiro é um dos artistas mais reconhecidos da nova geração do fado. Lisboeta do bairro da Ajuda, estudou guitarra clássica e conviveu desde cedo com grandes fadistas e guitarristas. Em 2004, a sua voz potente ficou registada no álbum de estreia, que lhe valeu o prémio de revelação da Fundação Amália Rodrigues. Em 2011, a mesma fundação atribuiu-lhe o prémio de melhor intérprete masculino. A colaboração com o alaudista libanês Rabih Abou-Khalil é apenas uma de muitas que ilustram a sua abertura a outras músicas. Estreia-se em Sines com “Largo da Memória”, disco de maturidade pelo qual foi nomeado para os Songlines Music Awards 2015.

Simply Rockers Sound System é um sistema de som móvel construído à mão de forma tradicional. Foi inspirado nos mestres que construíram os primeiros sound systems na década de 50 do século passado nas ruas de Kingston, Jamaica. O coletivo é composto por Ernesto Honesto (seleção e controle das frequências), Natty Fred (microfone) e Joydan (microfone). O seu lema é: “assim como o fado deve ser ouvido numa casa de fados, o reggae/dub tem de ser ouvido num sound system”. Tal como nos sistemas de som originais, muitas das músicas são exclusivos, produções nacionais e produções próprias ou discos difíceis de encontrar. Para dançar em duas noites, junto ao Castelo.

Além deste conjunto de artistas, já está confirmada a presença no FMM Sines de outros projetos musicais:

Alif (Mundo Árabe), Alo Wala (EUA / Dinamarca), Ana Tijoux (Chile), Canzionere Grecanico Salentino (Apúlia – Itália), Chancha Vía Circuito (Argentina), Dele Sosimi Afrobeat Orchestra (Nigéria / R. Unido), Ernst Reijseger (Holanda), Esko Järvelä Epic Male Band (Finlândia), Flat Earth Society (Bélgica), Forabandit (Occitânia / Turquia), Guillaume Perret & Electric Epic (França), Ibibio Sound Machine (Nigéria / R. Unido), Idiotape (Coreia do Sul), Iva Nova (Rússia), La-33 (Colômbia), Moriarty (França / EUA), Niladri Kumar (Índia), Orlando Julius & The Heliocentrics (Nigéria / R. Unido), Paolo Angeli (Sardenha – Itália), Pascals (Japão), Russell Joslin (Reino Unido), Salif Keita (Mali), Shanren (China), Soema Montenegro (Argentina), Songhoy Blues (Mali), Thea Hjelmeland (Noruega), Toumani & Sidiki Diabaté (Mali), Trans-Aeolion Transmission (França), Troker (México) e Vaudou Game (Togo / França).

Entradas

Porto Covo: Espetáculos gratuitos

Av. Praia: Espetáculos gratuitos

Castelo – Tarde: Espetáculos gratuitos

Castelo – Noite 22 de julho (QUA): € 10

Castelo – Noite 23 de julho (QUI): € 10

Castelo – Noite 24 de julho (SEX): € 15

Castelo – Noite 25 de julho (SÁB): € 15

EP Castelo: € 40

Concertos Auditório CAS: € 5

 

Bilhetes à venda brevemente.

Organização

Câmara Municipal de Sines

Mais informações

www.fmm.com.pt

www.facebook.com/fmmsines

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