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A gloriosa Batalha do Intercéltico [parte 1]

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SÉRGIO CALISTO – MU | © Nélson Silva

Depois de um ano de interregno, o Intercéltico do Porto regressou com o cartaz mais modesto de sempre, é certo, mas notoriamente rejuvenescido. Não só em termos do ambiente que se viveu nestes dois dias mas, sobretudo, pela enorme vontade do organizador Avelino Tavares em fazer todo o esforço para não deixar morrer este ícone do panorama dos festivais folk, arriscando equilibrar os custos de uma ‘brincadeira’ destas só com as receitas de bilheteira, em virtude da inexistência de apoios estatais e camarários. O cartaz (com metade de propostas oriundas da Invicta) e a disposição do cinema Batalha, ajudaram e muito à propagação da habitual festa com que ao longo de quase duas décadas o Intercéltico nos tem brindado. Como? Muito simples. Por um lado, os jovens projectos MU e LŨMEN trouxeram consigo muita gente nova habituada às danças europeias. Não foi por acaso que, em momentos como “Variando Na Sansonette” (LŨMEN), “Circlone” (MU), em ‘jigs’ e ‘reels’ de TÉADA e em algumas ‘muñeiras’ de PEPE VAAMONDE, houve aquela sensação de sermos transportados para o piso poeirento do campo de futebol de Carvalhais ou, quanto muito, para uma noite ‘folk’ do Contagiarte (ou para uma matiné do ‘tradballs’). E as sessões de final de noite do BAILEBÚRDIA agudizaram essa percepção. Tem havido, de facto, na cidade do Porto um enorme esforço na captação de nova gente para as danças europeias e esse trabalho, realizado sobretudo pelos responsáveis do Contagiarte, acabou por reflectir-se na forma como sentimos o Intercéltico a partir da plateia. Enquanto os mais veteranos destas andanças puderam descansar o corpo no primeiro e no segundo balcão, cá baixo o Intercéltico foi sentido freneticamente quase como um festival ‘rock’. Não só a disposição da plateia fazia lembrar um Rock Rendez Vous (palco baixo a proporcionar um maior contacto com as bandas), como houve em muitos momentos uma atitude ‘punk’ (as gaitas transmontanas do RICARDO COELHO e do convidado ANDRÉ VENTURA, o bandolim em distorção do SÉRGIO CALISTO e todo o ritmo empregue pelos MU em quase todo o concerto). Que pena o som não ter sido o melhor, muito prejudicado por constantes ‘feedbacks’ (infelizmente não foram provocados pelos JESUS AND THE MARY CHAIN de “Psycho Candy”) em que a reverberação era causada pelas enormes paredes do Batalha. O que deixa (provavelmente) a antever uma nova procura de sala na cidade do Porto por parte da organização. O ideal seria mesmo fundirmos o espaço do Terço com esta plateia.

[continua]

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2 Comments

  1. Boa-noite camarada!

    Está a ficar uma bela série de reportagens (esta parte I e a parte II)… E já que falas, e muito bem, em punk, também foi inesquecível aquele after-hours na delegação do, herrrrrmmmm, Sporting, com os lookalikes dos Ramones. A conselho do Osga que, depois, não apareceu… Onde é que ele andava?

    Grande abraço

  2. Olá rapaz,

    resta saber quando a acabo 😀

    Como bom amante que sou da “slow food” também não dispenso a leitura e a escrita lenta 😀

    Por aquela noite, não me tinha importado nada que o SCP tivesse ganho ao SLB no dia seguinte…

    e hoje vais sempre vais lá? chegaste a falar com AV?

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