Reportagens, Video

Festival Med [dia #5] CHAMBAO, BAJOFONDO

CHAMBAO| Festival MED | Palco da Matriz | dia 1 de Julho | Espaço lotado

No último dia de Med, os Chambao de Málaga trouxeram consigo uma verdadeira legião de fãs que lotaram por completo o espaço da Matriz. Na zona de merchandising havia t-shirts para todos os gostos e livros da carismática vocalista La Mari que conta como conseguiu vencer um cancro. Todo o universo electropop-flamenco dos Chambao gira em torno de Maria del Mar Rodriguez (La Mari). Dona de uma das mais intensas vozes do flamenco. É uma pena que um projecto com uma vocalista desta natureza não vá mais fundo na interpretação da música que nasceu em Granada. Não é por acaso que os melhores momentos do espectáculo destes andaluzes foram aqueles em que a banda toca só instrumentos acústicos. Que bom que seria se os Chambao abordassem as suas canções só com voz, guitarra, cajón e palmas.

BAJOFONDO | Festival MED | Palco da Cerca | dia 1 de Julho | Espaço lotadíssimo – não cabia nem mais uma mosca

E o MED de 2007 acaba aqui. Por volta da meia-noite de domingo, o recinto da cerca teve uma enchente humana ainda maior do que aquela registada o ano passado com Amparanoia. O MED cresceu em quantidade de público e em qualidade de artistas. Os Bajofondo foram a cereja em cima do bolo desta última edição. O projecto que reúne músicos argentinos e urugaios, de ambas as margens do rio da prata, vai muito mais além da mera miscigenação de tango e milongas com house e outras coordenadas da música electrónica. A música dos Bajofondo é sobretudo instrumental mas, as poucas vezes que Gustavo Santaolalla canta uma milonga, fá-lo com a sua rouca e arrebatadora voz regateando os aplausos do público, como se fosse um músico de jazz que tivesse acabado de efectuar um extraordiário solo de guitarra. A música dos Bajofondo encontra-se quase sempre revistida de beats programados electronicamente, mas isso não ofusca o virtuosismo de músicos como Martin Ferres, em bandoneon, e Javier Casalla em violino. Como se toda a banda não fosse já suficientemente boa, há ainda uma vídeo jockey – Verónica Loza – que lança imagens a preto e branco de cidadãos agitados em pleno “corralito” (a tal medida económica tomada para conter a fuga de capitais) posta em prática pelo governo de Fernando de La Rua em 2001. Um final em grande que põe a organização a pensar para qual parte antiga da cidade de Loulé é que o Med pode ainda crescer mais. Oxalá consigam alargar o espaço e criar mais palcos.

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4 Comments

  1. Olá camarada, obrigado por estares sempre atento. Mais uma feita com suor e cafeina (isenta de álcool). 😀

    apesar de também ter gostado muito quer de tinariwen, quer de bajofondo não troco o capossela por nada. quero vê-lo num anfi-teatro em Lisboa. Isso é que vai ser…

    abraço

    lr

  2. De facto, uma reportagem fantástica! (tenho estado á espera dos dias que faltavam) Posso contar com uma parecida do FMM? É que este ano não vou poder ir… e que bem que sabia!

    Quanto ao MED, cada vez me perdoo menos por só ter visto o Vinicio Capossela de relance. Isto a crescer ao ritmo de um palco por ano, quase que me faz ambicionar pelo dom da omnipresença!

  3. Obrigado pelas palavras simpáticas, Catarinia. Claro que podes contar com uma reportagem ainda mais alargada de Sines. à semelhança do Med, estarei os dias todos do FMM com o Mário Pires do site Retorta a efectuar video-reportagens. Esperamos entrevistar mais músicos.

    Em Loulé tive mesmo imensa pena dos L’ham de Foc. Foi penoso vê-los perderem todo aquele tempo a afinar os instrumentos e ter de sair a meio para passar pelo palco dos Olive Tree antes de ir para o Vinicio Capossela (que vi a partir da terceira ou quarta música). Acho que haverá ainda mais palcos na edição do próximo ano do MED. Vamos esperar para ver.

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