Reportagens

Polaroids Avante #1: “- Vocês são uns grandes malucos, não são?”

Quem os viu em cima do palco, quer com Gaiteiros de Lisboa, quer com Cristina Branco nunca imaginou que músicos tão bem compostos como Manuel Rocha (violino) e Ricardo Dias (acordeão) da Brigada Victor Jara pudessem fazer tamanha festa rija, madrugada dentro, no restaurante de Coimbra. Enquanto a maior parte daqueles que estiveram no Sábado no Avante desesperava para andar mais uns metros dentro do carro ao tentar sair da zona urbana de Amora / Seixal e ao tentar chegar a Lisboa via ponte 25 de Abril, uma minoria divertia-se em grande.Em cima de uma das mesas, não tentaram o “table dance”, mas puseram a atenta e interactiva plateia a cantar de viva voz algumas das pérolas de ZECA AFONSO (“Sete Mulheres do Minho) e do nosso cancioneiro como “São João” e Macelada”. São momentos como estes que nos marcam, que nos fazem gostar da música tradicional e deste tipo de músicos para quem o convívio com quem os escuta é mais importante do que o cheque que se recebe no fim de um concerto, do que a comodidade e o luxo do hotel onde se descansa.

No FMM de Sines, pouco depois da actuação dos arrebatadores Cordel do Fogo Encantado, Álvaro Costa em emissão em directo na Antena 1 a partir do maior festival português de “músicas do mundo” apanhou Lirinha para uma mini-entrevista e disparou o primeiro tiro: “- Tu és uma grande maluco, não és?”. Apetece perguntar ao Manuel Rocha e ao Ricardo Dias: “- Vocês são uns grandes malucos, não são?”. Oxalá este tipo de loucura seja contagiosa.

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