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A sensualidade de Rokia, a alma «zorniana» de Koby e os amigos franceses dos Mandrágora no FMM de Sines

rokia.jpgAinda não é conhecido o programa oficial da X edição do FMM de Sines que se realiza entre os dias 17 e 26 de Julho, mas já é possível saber que o décimo e último «round» de 2008 promete um grande, grande espectáculo da repetente maliana Rokia Traoré. Esta semana, a senhora que divide residência entre Paris e Bamako editou “Tchamanché” e passou por Lisboa para actuar com Kronos Quartet e falar a alguma imprensa. “Tchamanché” é um álbum que homenageia o mestre Ali Farka Touré e marca uma viragem assumidamente «blues-rock» nas canções de crítica social aguçada, interpretadas por Rokia agora com uma guitarra eléctrica (e não acústica) “Gretsch” (famosa entre as bandas de «rockabilly» dos anos 60 e 70). Sem nunca perder a génese da música africana e da sua etnia bambara, Rokia aventura-se de forma exemplar pelo repertório de Billie Holiday (que grande versão a de “The Man I Love” que aparece escondida a seguir ao último tema do disco).

No último dia (26 de Julho) do FMM é também possível assistirmos à estreia de Koby Israelite. Compositor e multi-instrumentista (toca acordeão, bateria, guitarra, piano, banjo, clarinete de bolso, flauta, melódica) israelita residente em Londres que edita os seus discos com selo da editora de John Zorn (de quem se considera discípulo), a Tzadik, na série ‘Radical Jewish Series’. No Castelo iremos ter em palco um homem que, à semelhança de projectos como Naked City, Mr. Bungle, Farmers Market ou Secret Chiefs 3, percorre em meia-dúzia de minutos uma amálgama (e sobreposição em camadas) de estilos: do metal e do funk, ao klezmer e ao jazz e à música cigana dos Balcãs. Em Sines, Koby deverá tocar somente acordeão e será acompanhado por Yaron Stavi-Upright (baixo eléctrico), Tim Giles (bateria), John Turville (teclados) e Jez Franks (guitarra).

Dois dias antes (24 de Julho), é também possível observarmos a união entre a folk progressiva que traça no horizonte paisagens repletas de fiordes (tais os altos e baixos) dos portuenses Mandrágora e três músicos oriundos da Bretanha e intimamente ligados à Kreiz Breizh Akademy dirigida artisticamente por Erik Marchand. São eles o gigante violinista Jacky Molard, a luso-francesa Simone Alves e Guillaume Guern. Um encontro que é consequência da residência bretã dos Mandrágora (que ocorreu no início deste ano), sugerida pelo programador do FMM, Carlos Seixas.

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3 Comments

  1. Olá Marco, não sei se tiveste a oportunidade de ouvir a entrevista que fiz aos Mandrágora. Eles falam de uma versão bretã do “Pia O mocho” que me deixou com água na boca. Rokia é simplesmente uma séria candidata à melhor actuação do festival. Notável a forma como ela neste último disco mistura as suas raízes bambara com blues, rock, soul mais ocidentalizadas

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