Definitivamente, os festivais folk de inspiração «celta» deixaram de ser um exclusivo do norte do país. Apesar das infrutíferas experiências de implementar um «Folk Tejo» na Capital, há cerca de década e meia atrás, o município de Alcochete lá vai pé-ante-pé mantendo o seu Festival de Expressões Ibéricas (curiosamente, ainda não há qualquer informação sobre o programa deste ano). Évora, uma das cidades que melhor soube tratar os Encontros de Tradição Europeia, organizados durante a década de 90 pela Etnia de Mário Alves, junta-se agora a este restrito circuito. O Município local apresenta, entre os dias 21 e 26 de Junho, a primeira edição do Évora Folk Fest (e não nos espantava nada se este evento se chamasse «Intercéltico de Évora»).
Durante quatro dias serão oferecidos oito espectáculos de grupos provenientes da vizinha Espanha, Estados Unidos, Irlanda e, claro, de Portugal. A 21 de Julho haverá um encontro entre a folk da extremadura espanhola dos Aulaga Folk, projecto de Cáceres que já se apresentou no nosso país (em Vila Nova / Miranda do Corvo) durante uma eliminatória do concurso Eurofolk. Nesse mesmo dia, ocorrerá também um «tornado» de rapidez e técnica na execução de jigs e reels pelos norte-americanos Solas (na foto).
A 22 Junho, o Évora Folk Fest recebe os nortenhos Bando do Rei Pescador que, apesar de cantarem em português inspiram-se na folk britânica e na country americana, e os castelhanos La Musgaña, provavelmente um dos mais consistentes, influentes e inspirados projectos da vizinha Espanha (são, por exemplo, uma das grandes referências dos portuenses Mandrágora) que celebraram recentemente vinte anos de existência.
Após um interregno de três dias, as festividades folk eborenses recebem (a 25 de Junho) um grupo de cantares alentejanos (ainda não determinado) e as canções para guitarra acústica de Mafalda Veiga.
No último dia, regressa ao nosso país uma grandes estrelas da folk irlandesa: Flook. Antes, iremos dançar a toque de xotas, muñeiras e saltóns com os asturianos La Bandina’l Tombo.
À parte dos principais espectáculos nocturnos, haverá várias actividades lúdicas durante o dia, como a oficina de instrumentos musicais populares portugueses pelos Chuchurumel (no dia 22 de Junho).
Muito bom.. Não esquecer que o Alentejo e Algarve tiveram uma origem Celta directa da imigração dos Celtici no sudoeste da Ibéria.
Bom festival sem duvida!