A grandeza do FMM de Sines vai muito além das três ou quatro dezenas de espectáculos. Muitos deles em estreia absoluta no nosso país. E até mesmo na Europa (casos de Toubab Krewe ou de Chicha Libre).
A grandeza do FMM de Sines vai muito além de todos os pequenos detalhes que dão um carácter distinto às condições dos vários recintos para o desfrutar de um concerto. Vai muito além da forma como músicos e convidados são recebidos e cujo facto se reflecte, em muitos casos, numa melhor prestação dos músicos em palco (lembrem-se do que aconteceu no espectáculo de Rachid Taha). Neste festival “com gente dentro” é também muito importante as mais variadas actividades paralelas que acontecem antes e depois dos principais espectáculos.
Este ano, há novamente toda uma panóplia de iniciativas tornam os músicos convidados muito mais próximos do público. Há, novamente, as sempre muito interessantes oficinas com crianças e conversas com músicos, masterclasses, ciclo de cinema, encontro de escritores lusófonos, animação de rua, dj’s after hours e animadores de programas de rádio ao ar livre, ao fim da tarde. Uma ideia inovadora proposta pelo director do FMM que este vosso escriba abraçou e onde também intervém Raquel Bulha da Antena 3. Ao todo iremos fazer 18 horas de rádio em directo nas praças e largos de Porto Covo e de Sines durante os seis primeiros dias de festival.
FMM 2009: INICIATIVAS PARALELAS
“CARAVANÇARAI”, 10 ANOS DE FMM EM FOTOGRAFIA
Centro de Artes de Sines. 11 de Julho a 23 de Agosto. Todos os dias, 14h00-20h00. Entrada livre.
Tal como os caravançarais do deserto, também o Festival Músicas do Mundo é um ponto de encontro que procura ser generoso para os viajantes, oferecendo-lhes guarida e mantimentos para que continuem a sua busca. Oriundos de todas as partes do mundo, reúnem-se aqui os músicos e os espectadores mais aventureiros, unidos por um elo imaterial que se foi formando ao longo dos anos e que faz do FMM hoje, mais do que um evento, uma comunidade. Nesta exposição, os músicos são os protagonistas – especialmente naqueles momentos em que o êxtase da música lhes faz sair a alma pelos poros, pela boca, pelos olhos – mas não são esquecidos todos os outros homens e mulheres que souberam transportar dentro de si o espírito FMM ao longo de 10 anos. É o espectáculo humano do FMM captado por 11 fotógrafos que, nas mais diferentes qualidades, acompanharam o festival: António Melão, Bruno Fonseca, Enrique Vives-Rubio, Fred Huiban, José Manuel Rodrigues, José Sérgio, Mário Pires, Miguel Madeira, Rita Carmo, Sofia Costa e Tiago Canhoto.
CICLO DE CINEMA DOCUMENTAL
Centro de Artes de Sines. 22 a 25 de Julho. Sessões às 15h00. Entrada livre.
22: “B FACHADA, TRADIÇÃO ORAL CONTEMPORÂNEA” E “MANDRAKE”, DE TIAGO PEREIRA
Projecção de dois documentários do jovem realizador Tiago Pereira: o primeiro parte do músico pop B Fachada para reflectir sobre a tradição oral e o que sustenta (ou não) as dicotomias urbano x rural e criação individual x criação colectiva; o segundo sobrepõe e intersecta música feita hoje com recolhas de rituais arcaicos, muitos deles de carácter mágico.
23 E 24: “MUSIC OF RESISTANCE”, DE JASON BRECKENRIDGE – AL JAZEERA
Filmada em vários pontos do mundo, do deserto do Sahara a Lisboa, a série “Music of Resistance”, produzida por Jason Breckenridge para a cadeia de televisão Al Jazeera, aborda a música como força de mudança política. Apresentados por Steve Chandra, figura central da Asian Dub Foundation, veremos no FMM os seis episódios que a compõem: os primeiros três (Asian Dub Foundation, Tinariwen e Seun Kuti), na tarde de 23 de Julho; os restantes (Massoukos, Chullage e AfroReggae), na tarde de 24 de Julho. Cada sessão tripla tem uma duração de 68 minutos.
25: “É DREDA SER ANGOLANO”, PELO COLECTIVO RÁDIO FAZUMA
Inspirado no disco “Ngonguenhação”, do Conjunto Ngonguenha, “É Dreda Ser Angolano” propõe uma viagem informal pela paisagem musical e humana da nova Angola em forma de “mambo tipo documentário”.
ATELIÊS PARA CRIANÇAS
Centro de Artes de Sines. 20 a 25 de Julho. Às 11h00. Para crianças dos 6 aos 12 anos. Gratuito, mediante inscrição no balcão do Centro de Artes.
20: PORTICO QUARTET
O quarteto revelação do jazz britânico apresenta as suas ideias sobre música e mostra às crianças o misterioso instrumento que torna o seu som tão especial, o “hang”.
21: CARMEN SOUZA
Entre Cabo Verde e Portugal, entre o jazz, a soul e os ritmos africanos, Carmen Souza explica às crianças como é viver entre tantas músicas e tantas culturas.
22: UXÍA
Uxía não é apenas uma das maiores cantoras ibéricas, é também uma artista empática e inspiradora que não vai deixar de cativar as crianças que se inscreverem para o seu ateliê.
23: RAMIRO MUSOTTO
Com um arame, uma vara de madeira e uma cabaça se faz um berimbau. Ramiro Musotto, um dos seus maiores mestres, mostra os encantos de um instrumento fantástico.
24: WARSAW VILLAGE BAND
Filha de Wojtek e Maja, a pequena Lena inspirou uma nova fase da banda polaca Warsaw Village Band. Neste ateliê, os músicos pegam nos seus instrumentos e explicam porquê.
25: BIBI TANGA
Toda a grande música africana e afro-americana encontra espaço dentro do coração de Bibi Tanga. Agora é altura de partilhar essa paixão num ateliê que vai surpreender os mais novos.
CONVERSAS COM ARTISTAS
Escola das Artes de Sines. 18, 19, 23, 24 e 25 de Julho. Às 14h30. Entrada livre.
18: DELE SOSIMI
Companheiro de Fela e Femi Kuti, o teclista e director de orquestra Dele Sosimi fala do percurso que tem traçado no movimento Afrobeat e de como projecta o seu futuro.
19: DAARA J FAMILY
O “tasso” senegalês é a forma original do rap? Esta e outras perguntas são o ponto de partida para uma conversa com um dos mais estimulantes grupos africanos da actualidade.
23: CHUCHO VALDÉS
Embora pequena, Cuba foi uma das nações que mais contribuiu para o património da música popular do século XX. Chucho Valdés, uma das suas maiores figuras, explica porquê.
24: DEBASHISH BHATTACHARYA
Qual é o papel da “slide guitar” na música indiana? O que torna a música indiana especial e tão fascinante para os ocidentais? O público pergunta e o mestre Debashish responde.
25: CHICHA LIBRE
O que leva músicos nova-iorquinos a iniciar um projecto de recuperação de um estilo nascido na Amazónia peruana dos anos 70? Nesta conversa, resolve-se o mistério.
ATELIÊS DE INSTRUMENTOS
Escola das Artes de Sines. 20, 21 e 22 de Julho. Inscrição na Escola das Artes: 5 euros para alunos da Escola das Artes e 20 euros para não alunos.
20: ZÉ EDUARDO (CONTRABAIXO) 14h30
Poucos contrabaixistas na Europa têm um percurso tão rico quanto Zé Eduardo. Para todos os interessados pelo instrumento, será um privilégio dialogar com ele e colher os seus ensinamentos.
21: JOÃO AIBÉO (TUBA) 14h30
A tuba é o maior e um dos mais expressivos sopros metálicos. Neste ateliê, João Aibéo ajuda a ir mais além na exploração da originalidade sonora de um verdadeiro “bom gigante” musical.
22: JOÃO FRADE (ACORDEÃO) 11h00
Um dos melhores acordeonistas nacionais, primeiro classificado em mais de 20 competições de acordeão em todo o mundo, João Frade mostra a sua visão de um instrumento de grande potencial e modernidade.
22: PEDRO MESTRE (VIOLA CAMPANIÇA) 14h30
Natural de Castro Verde, Pedro Mestre é um apaixonado pela música tradicional alentejana e um perito da viola campaniça, instrumento cujos segredos partilha neste ateliê a não perder.
DJ’S
RÁDIO FMM AO VIVO, COM LUÍS REI E RAQUEL BULHA
Em 2009, vai haver um modelo diferente de animação musical dos finais de tarde. Luís Rei, autor do site mais activo na área das músicas do mundo, www.cronicasdaterra.com, e, nos dias 17 e 18, Raquel Bulha, uma das maiores divulgadoras deste género de música na rádio portuguesa (Antena 3), são DJ’s, MC’s, apresentadores e entrevistadores e tudo o mais que lhes der na gana numa rádio FMM ao vivo instalada em vários espaços urbanos centrais do festival.
17 de Julho – Largo Marquês de Pombal (Porto Covo), das 18h00 às 21h00
18 de Julho – Largo Marquês de Pombal (Porto Covo), das 18h00 às 21h00
19 de Julho – Largo Marquês de Pombal (Porto Covo), das 18h00 às 21h00
20 de Julho – Exterior do Centro de Artes (Sines), das 18h00 às 21h00
21 de Julho – Exterior do Centro de Artes (Sines), das 18h00 às 21h00
22 de Julho – Largo Poeta Bocage (Sines), das 18h00 às 21h00
SETS DE DJ’S
23: RMA (RDP ÁFRICA – ÁFRICA ELÉCTRICA) E MR_MUTE (DEUBREKA)
Avenida Vasco da Gama. 23 de Julho. 04h00 às 06h00. Entrada livre
Com o programa África Eléctrica, na RDP África, Rui Miguel Abreu (RMA) tem explorado o legado urbano da África dos anos 60 e 70. Neste Dj set, propõe viajar pelo afrobeat, afro-funk, afro-disco, juju, highlife e seus derivados. Ao seu lado estará Mr_Mute, referência emergente no lado mais funky da noite lisboeta com quem RMA já partilhou muitas viagens.
24: ANTÓNIO PIRES + TONI POLO
Avenida Vasco da Gama. 24 de Julho. 04h00 às 06h00. Entrada livre
Chamam-se os dois Antónios, mas um é espanhol e o outro é português: Toni Polo (aka DJ Cucurucho), dos Groovalizacion DJs, e António Pires. Juntos, cruzam sonoridades de todo o mundo (flamenco, Balcãs, música africana dos anos 60 e 70, bhangra, cumbia, funk carioca, ska, kuduro, hip-hop e muito mais) num alegre, vibrante e dançável duelo ibérico.
25: BAILARICO SOFISTICADO
Avenida Vasco da Gama. 25 de Julho. 04h00 às 07h00. Entrada livre
Tal como vem acontecendo desde 2006, a despedida do FMM 2009 faz-se ao som do trio de DJ’s Bruno Barros, Pedro Marques e Vítor Junqueira. “Imagine-se que durante umas horas poder-se-iam apagar fronteiras com uma borracha, acender fogos com dois calhaus e ser-se de qualquer tribo, da África à Europa de Leste, passando por Brooklyn e praias tropicais. É que desde 1999 que se pode ser cidadão do mundo com um Bailarico Sofisticado assim.” (Joana Batista)
ENCONTRO COM MIA COUTO E JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
Centro de Artes de Sines. 20 de Julho. Às 18h00. Entrada livre. Org. Livraria a das artes. Apoio Câmara Municipal de Sines
Numa organização da livraria a das artes, a propósito da comemoração do seu sexto aniversário, o Centro de Artes de Sines acolhe uma apresentação de livros invulgar: Mia Couto apresenta “Barroco Tropical”, o novo romance de José Eduardo Agualusa, e José Eduardo Agualusa apresenta “Jerusalém”, o novo romance de Mia Couto. Angola, Moçambique e todo os espaço da lusofonia, visões cruzadas, cumplicidades, discordâncias, numa ocasião única para conversar com dois dos maiores escritores de língua portuguesa da actualidade.
ANIMAÇÃO DE RUA:
SKALABÁ TUKA SINES, PORTUGAL
Uma das cidades com maior tradição carnavalesca do país, Sines apresenta no FMM o grupo de bateria de samba e batucada Skalabá Tuka, ligado à bateria “Pelicanos da Baia”, criada em 1999 pelas mãos do mestre Reinaldo Nunes, fundador de várias escolas de samba em Portugal. Depois de alguns períodos de paragem, o grupo tem actualmente como mentores João Matos e Alexandre José e desenvolve as suas actividades com a parceria da Escola das Artes de Sines e o apoio da Siga a Festa – Associação de Carnaval. As apresentações programadas são:
Porto Covo: 17 de Julho, 17h30
Porto Covo: 19 de Julho, 21h00
Sines (Lg. Poeta Bocage): 22 de Julho, 17h30 e 21h00
Sines (Av. Vasco da Gama): 23 de Julho, 19h00
ena ena excelente!
23, 24 e 25 tenho que ir ver o Music of Resistance e o É Dreda ser Angolano.
Os sets de DJ’s extendidos aos dias 23 e 24 são muito boa ideia.
E claro rádio FMM ao vivo 😀 Parabéns Luis!
Obrigado, Marco. Espero que tenhas um tempo para passar por lá. Abraço.
Ah vou com certeza 🙂
é da maneira que em porto covo vais dar a conhecer ao publico das esplanadas e ao pessoal passante o “mr.len” ou o pete dos ukrainians, a miranda dos óquestrada e a rupa dos olhos negros, o grande dele sosimi ou o tasso da família daara! ao lado há sempre uma fresquinha no restaurante marquês para afinares a voz. em sines tens a carmen ou os putos do quarteto pórtico, a karbasi que é uma lindíssima rapariga e o mamer que é um bom rapaz! traz protector solar e óculos de sol. ainda vais ter tempo de mandar um mergulho em são torpes. abraço
quero mesmo conhecer a Rupa dos olhos negros 🙂 abraço
Viva Luís! Afinal sempre vai haver DJ’s no FMM deste ano! Poder-se-ia é talvez ter trocado o dia de actuação dos Bailarico, pois já se começa a tornar demasiado repetitivo o encerramento do FMM com eles! Quanto aos Chicha Libre, só dizer que adoro a cumbia e que Sonido Amazónico é um disco medianozinho que nunca empolga verdadeiramente e que há muitos grandes nomes da cumbia que continuam sem vir cá: La Sonora Dinamita (penso que continuam activos apesar da morte do seu líder e fundador), Fito Olivares Y La Pura Sabrosura, Joe Arroyo, El Hijo De La Cumbia, Los Capi, Chicos De Barrio, …
Bom dia Joe,
Há de facto muita coisa que ainda não teve a oportunidade de passar cá. Tenho uma extensa (mesmo extensa) lista de nomes para a troca 🙂 Em contrapartida vemos certos artistas a tocarem frequentemente por cá, passando por três ou quatro festivais no mesmo ano. Será que é falta de imaginação? São as contingências do (pequeníssimo) mercado.
abraço