O Jardim de Inverno do Teatro São Luiz em Lisboa recebe hoje e amanhã o Ciclo Exploratório de Música Tradicional onde quatro grupos (Tanira, Charanga, Pé na Terra, OrBlua) um músico (Luís Peixoto) e um DJ (António Pires), pegam na música tradicional e popular portuguesa e reinventam-na à luz da modernidade.
O Algarve progressivo dos OrBlua
Os trio algarvio de multi-instrumentistas OrBlua apresenta amanhã em Lisboa álbum de estreia “Retratos Cinéticos”. Obra híbrida, que junta livro de fotografia e edição discográfica num único objecto. A música é original de OrBlua, as fotografias são inéditas de Jorge Jubilot. A banda de Faro e o fotógrafo de Olhão, juntam-se para um trabalho que pretende ser um retrato contemporâneo desta região, procurando no património as raízes da essência do povo e da cultura do Algarve. Entre os temas originais apenas uma excepção, um tema da autoria de Sérgio Mestre, em género de homenagem ao músico de Tavira. O tema “Calendário” tem como convidado um amigo de Sérgio, Janita Salomé, com quem ele colaborou inúmeras vezes. Destaca-se ainda os Gaiteiros de Lisboa, como convidados no tema “Tempo Estado”.
Pé na Terra servem Bordados de Amarante
Num ano em que comemoram uma década de existência, os portuenses Pé na Terra editam o seu terceiro álbum “Sarilho”, ao mesmo tempo que iniciam uma digressão que conta já com diversos concertos confirmados na peninsula Ibérica, Itália, Croácia, Eslovénia e França.
Ao estabelecerem uma residência artística na cidade de Amarante, os Pé na Terra exploraram a riqueza patrimonial da região cuja envolvência serviu como ponto de partida para a elaboração do novo disco.
Os Pé na Terra têm trabalhado em estreita cooperação com a Artesania, uma associação de carácter cultural, criada em Amarante que tem por objecto a promoção das artes populares tradicionais e artesanato característicos da região onde se inclui o trabalho sobre o linho. Assim, foi pensada e elaborada uma capa para o disco concebida em linho. As diversas artesãs que colaboram com a associação imprimem o seu cunho na tecelagem, bordado e encadernação desta peça que será o suporte para o CD.
“Sarilho” segue o fio andarilho dos dois trabalhos anteriores, que é o reconhecimento da importância dos cantautores na música nacional. Se, no primeiro disco foi feito destaque a José Afonso e no segundo a Adriano Correia de Oliveira, já no terceiro, os Pé na Terra imprimem a sua linguagem musical e interpretação muito própria em dois temas de Sérgio Godinho – “O Galo é o Dono dos Ovos” e “Que Força é Essa”.